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terça-feira, 14 de agosto de 2012

“Ascensão do Senhor”- Claudinei M. Oliveira.





Domingo, 20 de Maio de 2012.
Evangelho: Mc 16,15-20

            Neste domingo da Ascensão do Senhor refletimos a missão de Jesus na terra, seu testemunho de amor e libertação e o desejo da continuidade pelos seus discípulos para com suas obras iniciadas. Jesus vai para junto do Pai na completa harmonia a fim de cuidar dos irmãos que ficaram no comprometimento da sua missão. Contudo, a missão que Jesus canalizou toda sua força consiste na transformação da sociedade injusta numa sociedade justa, apaixonante e fraterna onde os filhos de Deus possam viver na mais completa concordância.
            Ao subir para os céus, diante dos discípulos, Jesus provoca  nos Seus Amigos um desejo de ir  juntos, mas somente Ele tinha o poder de deixar a vida terrena para permanecer ao lado do Pai. A saudade daqueles que conviveram de perto  com os ensinamentos de Jesus ficaram olhando para o alto, porém da mesma forma que partiu o Mestre da Libertação, com certeza, voltará para buscar seus seguidores.
            Mas Jesus deixou um legado relevante de ações para serem apreciadas, mostrou para a sociedade, que não estava de acordo com a proposta de vida, que deveria mudar de rumo e atuação, instigou no seio de cada  ser vivente que o amor para com o próximo era uma maneira peculiar de chegar perto de Deus. Este Jesus, que não perdeu tempo e ocupou todo o momento para mostrar a trilha certa do caminho para o céu, insistiu que sua missão deveria ser transmitida para cada um, ou seja, cada cristão batizado ou não deveria continuar levando o projeto de vida e amor para todo o canto do mundo. Assim, a voz que surgiu na pequena cidade pobre de Nazaré não poderia ser interrompida, porque esta voz libertava milhares de pessoas da servidão e da escravidão. Para Jesus o homem nasceu divinizado, liberto para viver na esperança da justiça, então, todo o cuidado com o povo era necessário para que a pretensão da unidade reinasse em todo meio.
            Na leitura dos Atos dos Apóstolos registra a preocupação da comunidade em ficar atenta aos pedidos de Jesus: “não  vos afastei de Jerusalém, mas esperais a realização das promessas do Pai, da qual vós me ouvistes falar: João batizou com água; vós porém, sereis batizados com o Espírito Santo dentro de poucos dias”. Claro  que estava falando de Pentecostes quando o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos de Jesus que estavam reunidos numa casa escondidos e com medo dos judeus durante a celebração judaica do quinquagésimo dia em Jerusalém; (Pentecostes é celebrado 50 dias depois do domingo de Páscoa, e no décimo dia depois do dia da Ascensão). Agora, para os discípulos não adiantavam permanecer escondidos, fechados ou isolados do mundo, para tanto, os discípulos tinham a força do Espírito Santo de interpretar os sinais da presença de Deus e levarem avante a missão da evangelização e denunciarem as práticas maléficas da sociedade. Para que a mensagem da libertação triunfe e dá vazão de entendimento necessário, precisa que alguém divulgue com veemência, o Reino da Justiça deve ser compreendido e vivido por todos que acreditam na unidade e no amor do Pai com seus filhos, mas,  para que  isso aconteça, o som da voz deve ultrapassar a fronteira da parede do esconderijo e permear o horizonte infinito aos ouvidos de todo ser vivente.
            A  palavra que dá vida e mostra serenidade entre as pessoas deve ser instigada sempre em todos os meios. Claro que Jesus cumpriu sua missão na terra, mas não quer que fique como exemplo somente, sua vivacidade deve continuar no mais brilho possível, deve alcançar todos os confins da terra, todavia, deve mexer e provocar, transformar, impacientar, movimentar as ações das pessoas; o cristão deve sentir-se  comprometido com  a  construção de uma nova realidade condizente com o bem-estar, enquanto não provocar na esfera da sociedade o comprometimento viável da solicitude para com o outro, não deve deixar exaurir  a palavra missionária de Jesus.
            Contudo, na Carta de São Paulo aos Efésios, compreende que a sabedoria do Espírito Santo abra o vosso coração à sua luz, para que saibais qual a esperança que o seu chamamento vós dá. Perguntamos: qual será o chamamento esperado que seja compreendido pela luz do Espírito Santo? Com certeza será o chamamento à missão da igreja comprometida com a causa dos pobres de dos oprimidos.  A igreja fundado por Cristo para reunir o povo santo e pecador e ligar na fé entre o céu e a terra não pode calar-se diante de tantos abusos que deixam o povo aborrecido, a igreja  formado por homens e mulheres de todas as raças traz no bojo o discernimento da esperança da fé de cada irmão. Ela deve olhar com cuidado e carinho toda a humanidade na certeza de levá-lo à graça e a misericórdia de Deus. Jesus que ascendeu para a morada eterna criou a comunidade de discípulos na unidade da igreja para ser pé no chão, igreja lutadora, comprometida com a base, com os desalojados de suas casas, dos sem tetos e sem lugar fixo para morar e produzir a sobrevivência. A igreja de Cristo deve prevalecer na ressurreição, na fé e na caminhada da libertação.
            Caso ficarmos olhando para o céu, imaginado na volta do Senhor e chorando lágrimas de saudade de um grande Mestre, nada vai mudar no meio social em que vivemos. Temos que ter fé, acreditar que Cristo Sofreu que morreu sim, mas deixou um grande ensinamento que necessita  colocá-los em práticas. Os dias passam, o tempo voa e a ação do homem ainda é pequena diante de tantos desafios para serem superados. São poucos que arregaçam as mangas da camisa e entregam de corpo e alma na mudança de vida para todos. Muitos preferem viver acomodados, esperando a vinda gloriosa de Deus para buscá-lo. Que pena! Deus olhará para este desatento e moribundo e perguntará: meu filho por que se acovardou diante de tantos serviços, diante de tantas injustiças? Ainda não aprendeu os ensinamentos de meu Filho Amado? E dai?
            Olha o que João Paulo II afirmou: "O Espírito é o único que pode ajudar às pessoas e as comunidades a libertarem-se dos velhos e novos determinismos, guiando-os com a lei do espírito que dá a vida em Cristo Jesus". Para tanto, segundo João Paulo II quem assume a pretensão de levar a Boa-nova para os infelizes estão cheio do Espírito Santo, pois renovará  a sociedade para um mundo novo com movimento.
            Assim no Santo Evangelho Jesus fala diretamente para seus discípulos a máxima irrefutável para um bom cristão: “ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura”. Tudo aquilo que Jesus fez e ensinou deve continuar na sua ausência. Neste caso, ele partirá, mas seus seguidores devem insistir na pregação e nos milagres. Caso precisa expulsar o demônio do corpo de um descrente, faça-o, caso precisa  curar um enfermo, não fique com medo, cure-a, ninguém poderá ficar refém de mal-estar ou sendo corroído pelo demônio. Deus deu o poder para seu Filho Jesus libertar o povo, mas Jesus também deu o poder para seus seguidores.
            Contudo, perguntamos mais uma vez, quais são as curas necessárias do povo? Podemos até pensar que deve ser curado de uma doença grave ou um resfriado, mas não significa isso. As doenças que precisam de curas são os males do povo como a ganância, o ódio, a avareza, a ruindade, a exploração, o descaso, a humilhação, a escravidão. Estes males destroem e arruínam a vida do povo. Como um povo trabalhador vai usufruir da vida se não tem oportunidade de viver bem? Como o povo vai ter fé e acreditar na transformação se a sociedade o mata devagar na exploração? Não tem como viver bem desse jeito. Então precisa do missionário curar estas doenças para libertar o povo para maturar sua fé no Deus Vivo e sacramentado.
            Enfim, a ascensão do Senhor marca a passagem entre a glória de Cristo ressuscitado e a de Cristo exaltado à direita do Pai. Marca também a possibilidade de que a humanidade entre no Reino de Deus como tantas vezes o anunciou Jesus. Desta forma, a ascensão do Senhor se integra no Mistério da Encarnação, que é seu momento conclusivo. Amém!
            Claudinei M. Oliveira.

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