Quinta-feira,
09/08/2012
Mt 16,13-23
Bom dia!
Fico a imaginar o
quanto Pedro ficou confuso após esse dialogo ou conjunto de diálogos.
Independentemente se logo de imediato ou um pouco após a sua “elevação”, se
assim posso dizer, de Pedro, Jesus o repreende severamente para que não se
oponha ao plano divino de redenção.
É claro e evidente
que Pedro não queria impedir ou determinar o que Jesus deveria ou não fazer,
mas que ele, Pedro, deixava nítido seu apego emocional a pessoa de Jesus por um
sentimento que conhecemos bem. Vou explicar
É sabido que Pedro
era um dos mais velhos (ou o mais velho deles), que seu jeito turrão de ser,
como outras tantas pessoas que conhecemos, não se moldaria a um novo jeito se
não fosse encantador ou valesse muito a pena. Suas palavras revelam um profundo
desejo que o mestre não o deixe. Mais que um ato “egoísta” ou petulante, Pedro
deixa escapar que na verdade tem medo. Jesus chamava na verdade a sua atenção
para isso. “(…) Saia da minha frente, Satanás! Você é como uma pedra no meu
caminho para fazer com que eu tropece, pois está pensando como um ser humano
pensa e não como Deus pensa”.
Foi o medo que o
fez afundar na tentativa de andar sobre aas águas; por medo que negou Jesus
três vezes, por medo também, após a crucificação, se escondeu no cenáculo com
os demais (…). Temos muito de Pedro, mas se resolvermos, como ele, ligar algo
na terra, também com certeza, será ligado no céu.
Nós ligarmos? Sim!
Nosso Senhor conhece bem a quem escolheu. Você, eu, ele, (…), conhece cada uma
das nossas limitações e fraquezas, mas conhece também o que cada um pode fazer
se, apesar das fraquezas, resolver continuar a acreditar que tudo é possível.
“(…) Deus conhece o
caminho para encontrá-la, é ele quem sabe o seu lugar, porque ele vê até os
confins da terra, e enxerga tudo o que há debaixo do céu”. (Jó 28, 23-24)
Ontem na reflexão
quando grifei “surpreendido”, referindo-me a fé da mulher que não desistia de
segui-lo, e que mesmo com todos os contras queria dizer o quanto Jesus ficara
feliz de encontrar pelo menos uma que valha a salvação de todos nós.
Diferentemente de
Pedro, a jovem ou mulher o evangelho de ontem, não tinha medo, pois o motivo do
seu empenho valia qualquer que fosse o esforço ou constrangimento imposto. Como
não associar então a fé daquela moça ao evangelho de hoje? “(…) Eu lhe darei as
chaves do Reino do Céu; o que você proibir na terra será proibido no céu, e O
QUE PERMITIR NA TERRA SERÁ PERMITIDO NO CÉU”. Ela quis tocar o Senhor com sua
fé e teve seu pedido acatado!
Outro ponto
importante…
Pedro é um dos
pilares da nossa igreja e sob seu testemunho de vida e de fé também celebramos.
Caminhado para o dia dos pais, como não convocar aos pais a assumirem novamente
a posição de pilar de sua família? Quantos pais, por medo de crescer, pavor da
responsabilidade e receio do fracasso tornaram-se “melhores amigos” dos seus
filhos esquecendo que primeiramente devem ser pais?
Pai é também aquele
que por seus filhos tenta andar sobre as águas e arrisca também a falhar; é
aquele que clama a Deus que os guarde de todo mal, na esperança que isso também
seja ligado no céu; é aquele que não omite seus medos nem suas falhas; aquele
que após negar “troscentas” vezes, cai na real e volta a acreditar que Deus tem
um plano traçado para sua vida na vida de outras pessoas que ele o confiou.
Um imenso abraço fraterno!
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