Bom dia!
Tenho sido
insistente em anunciar que precisamos vencer algumas barreiras. Algumas
pessoas, que por ventura se encontram num estágio razoável ou maior de
espiritualidade e amadurecimento cristão, precisaram estar alerta a influencia
da inércia sobre esse crescimento.
Uma reflexão e uma
analogia:
Grandes alpinistas,
ao tentar escalar o Everest, precisam entender que o topo só será alcançado,
mediante as paradas que existem. Ninguém até hoje, saiu da base ao cume sem
fazer essas paradas. Precisamos ter essa verdade: O estágio seguinte só será
vencido com certas adaptações. O próprio corpo precisa de um tempo para se
adaptar.
Escalar o Everest
precisou primeiro de uma vontade, é o que chamam de “vontade de conversão
individual”, ou seja, eu preciso querer mudar. A cada passo dado teremos que
enfrentar os problemas e tribulações de cada fase e rapidamente se adaptar. O
tempo pertence a Deus, portanto a adaptação, ou a conversão é dada a cada dia e
dia após dia. Como o Dunga prefere chamar: Um PHN.
Somos muitos, e ao
mesmo tempo, e talvez de formas e métodos diferentes (pastorais, movimentos,
ministérios) a tentar escalar esse Everest chamado Santidade. Somos, portanto
como os alpinistas a deixar os pinos de segurança para que outros consigam ir
por onde já passamos e às vezes deixar de subir, por um instante para resgatar
algum outro que escorrega ou toma o caminho mais perigoso da escalada.
Toda essa reflexão
é para não cairmos na tentação de querermos ficar e montar tendas, pois aqui
“esta muito bom”. Precisamos descer do monte e encarar que pessoas precisam de
nós e às vezes o comodismo no faz ficar esperando por elas. Continuo a afirmar
na minha crença que o bom pastor trás suas ovelhas, mas Ele antes de partir nos
deu a missão de levar a boa nova a todo.
Graças a Deus não
sou o único a sentir isso em meu coração.
“(…) Caríssimos
Presbíteros, nós, pastores, nos tempos de hoje, somos chamados com urgência à
missão, seja “ad gentes”, seja nas regiões dos países cristãos, onde tantos
batizados afastaram-se da participação em nossas comunidades ou, até mesmo,
perderam a fé. Não podemos ter medo nem permanecer quietos em casa. O Senhor
disse a seus discípulos: “Por que tendes medo, homens fracos na fé?” (Mt 8,
26). “Não se acende uma lâmpada e se coloca debaixo do alqueire, mas no
candeeiro, para que ilumine a todos os que estão na casa” (5,15). “Ide por todo
o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). “Eis que eu estou
convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28,20). Não
lançaremos a semente da Palavra de Deus apenas da janela de nossa casa
paroquial, mas sairemos ao campo aberto da nossa sociedade, a começar pelos
pobres, para chegar também a todas as camadas e instituições sociais. Iremos
visitar as famílias, todas as pessoas, principalmente os batizados que se
afastaram. Nosso povo quer sentir a proximidade da sua Igreja. Faremo-lo, indo
à nossa sociedade com alegria e entusiasmo, certos da presença do Senhor
conosco na missão e certos de que Ele baterá à porta dos corações aos quais O anunciarmos”.(Cardeal Cláudio Hummes – Arcebispo Emérito de São
Paulo Fonte: Canção Nova 04/08/09)
Esse pedido aos
padres (presbíteros) foi reiterado por Dom Alberto no congresso da RCC a TODOS
nós. Essa é a beleza de nossa igreja: um mover do Espírito para todos. Não
somos convidados a viver uma direção diferente do que nossa igreja pede se
assim o fizermos, corremos o risco de escalar o Everest sem ajuda, sem
oxigênio… Algumas pastorais e movimentos sumiram ou deixaram de acontecer pela
subida sem oxigênio; por lideranças com boas intenções, mas com pouca humildade
na bagagem.
Precisamos
respeitar o tempo, a direção, a vontade de Deus. As vezes um tempo parado, pode
significar amadurecimento para o próximo estagio a escalada.
Continuemos subindo
em busca do cume (santidade)… Mas talvez algumas etapas do trajeto não
aconteçam sozinhas, que talvez a caminhada só seja concluída cercada de outras
pessoas. Um fato: o passo mais difícil até o cume é o abandono de si mesmo.
“(…) Em seguida,
convocando a multidão juntamente com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém
me quer seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Porque o que
quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas o que perder a sua vida por amor de
mim e do Evangelho, salvá-la-á. Pois que aproveitará ao homem ganhar o mundo
inteiro, se vier a perder a sua vida?” (Marcos 8, 34-36)
Um imenso abraço
fraterno.
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