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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

“De novo Israel perde para um estrangeiro...” -Diac. José da Cruz


28º DOMINGO DO TEMPO COMUM
1ª Leitura 2 Reis 5, 14-17
Salmo 97(98) , 2b “Manifestou sua justiça á face dos povos”
2ª Leitura 2 Timóteo 2, 8-13
Evangelho Lucas 17, 11-19

                                        
Mateus, que escreve para os Judeus, não provocaria dessa maneira seus leitores, mas estamos diante de Lucas, para quem Jesus é o Salvador e a oferece gratuitamente a todos os homens. Por isso o personagem em evidência é novamente um estrangeiro, um Samaritano, mal visto pelos Judeus, considerado impuro e que por isso mesmo jamais iria ser salvo, uma vez que não tinha acesso aos ritos de purificação e expiação dos pecados. A palavra “Estrangeiro” com a qual Jesus se refere ao Samaritano, nos induz a pensar que os outros nove eram Judeus. Por que será que não voltaram ?
A primeira leitura nos dá uma dica importante quando Naamã, ao ver-se curado totalmente da lepra, como predissera Eliseu que o mandou mergulhar sete vezes no rio Jordão, ele quer de alguma forma retribuir ao profeta com presentes, que Eliseu recusa veementemente. Naamã professa uma fé maravilhosa mas se vê na obrigação de “dar algo em troca da cura”. O judeu pensa a mesma coisa “Deus faz, mas eu preciso dar algo, eu preciso merecer, com minhas boas ações, rituais, holocaustos e a prática da Lei. Eis aí porque os outros não voltaram, pensavam assim: se foram curados,  é porque mereceram aquela ação Divina a seu favor e agora o mais importante a fazer era apresentar-se diante do Sacerdote do templo, que iria homologar a cura” .Depois certamente iriam procurar Jesus para agradecê-lo. Mas o Samaritano não pensa assim, para ele, a sua cura não está em nível institucional, mas físico e espiritual. Cura de lepra, por aquele tempo, era algo fantástico, que somente o Poder Divino poderia fazê-lo. Lepra significava pecado, e a Instituição apenas separava os “Impuros”   dos  “puros” , os pecadores dos que estavam salvos. Era a religião altamente excludente!
Compreender a Graça como Dom realmente gratuito não é nada fácil, até mesmo para nós,pois,  quando alguém de nossas relações, recebe algum ganho ou benefício, seja ele material ou espiritual, logo dizemos “Você merece!”. Por que será que Deus atende a alguns, cura esses, e não cura aqueles? Parece que atende mais a oração de alguém em especial. Isso me lembra “Súplica Cearense” onde a certa altura da música, a letra diz “Desculpe, eu não rezei direito o Senhor me perdoe, eu acho que a culpa foi, deste pobre que não sabe fazer oração”. Existirá uma fórmula certa para se rezar? O Segredo está no mais íntimo do ser humano, quando percebemos Deus e a sua Graça agindo em nossas entranhas, somos impelidos a louvá-lo, manifestando assim nossa gratidão.
O Samaritano deixa que o coração fale mais alto, não há nada com que possa retribuir aquela cura, que para ele, diferente do modo de pensar dos outros nove, era imerecida! Só Deus poderia manifestar um amor tão grande, gratuito e incondicional, por isso ele volta e se prostra aos pés de Jesus, reconhecendo o seu messianismo, possivelmente disposto a tornar-se um seguidor. Os outros nove como já o dissemos anteriormente, também viriam agradecê-lo, mas certamente não iriam se prostrar, pois a Ação Divina estava no templo e no sacerdote, que para eles estava acima de qualquer coisa.
Não coloquemos a Instituição, nossas virtudes e labutas pastorais, como uma paga á Deus pelos inúmeros benefícios que Ele nos concede no dia a dia. Antes, sintamos a alegria da sua Graça presente em nós, e que é muito maior que nossos pecados e limitações. Gratidão e louvor que expressamos em nossas liturgias, por esse Deus manifestado em Jesus, e que nos ama do jeito que somos agora. Dando abertura a essa Graça, como aquele Samaritano, sentiremos sempre uma alegria inexplicável, que um dia se tornará plena, quando o Reio de Deus for manifestado á toda a Humanidade!


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