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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

FOMOS CRIADOS PARA VIVER ETERNAMENTE-Pe. Carlos Henrique Nascimento

Domingo- 10 de Novembro de 2013-Evangelho - Lc 20,27-38

Pe. Carlos Henrique Nascimento
FOMOS CRIADOS PARA VIVER ETERNAMENTE
Há algum tempo atrás, a vida de um cristão era orientada pela crença na vida eterna e na ressurreição. Hoje, vivemos num mundo onde cada vez mais as pessoas acreditam que a nossa vida terrena é a nossa única vida. Isto se percebe principalmente quando vemos os ideais pelos quais estas pessoas lutam: muitas querem ser famosas, ter muito dinheiro, para aproveitar os prazeres que a vida oferece e sem nenhuma responsabilidade, aproveitar a vida enquanto é tempo. Pior, querem isto a todo custo mesmo que seja preciso passar por cima dos outros.
Realmente, esta vida terrena tem uma duração, às vezes pode ser longa, às vezes muito curta devido a uma doença sem cura ou a um acidente trágico, por exemplo. Mas será que Deus que é todo-poderoso gastou todo o seu poder e sua inteligência só com este mundo temporal? Não seria a vida terrena uma preparação para algo muito maior? Será que a morte acaba com tudo mesmo? Foi essa questão que fez os autores do Antigo Testamento, ao longo dos séculos, iluminados por Deus, desenvolverem a doutrina da imortalidade da alma e da ressurreição dos mortos.
Na I leitura de hoje, foi a fé na imortalidade da alma e na ressurreição que possibilitou os irmãos macabeus manterem-se firmes em meio à perseguição que estavam vivendo: “tu, ó malvado, nos tiras desta vida presente. Mas o rei do universo nos ressuscitará para uma vida eterna”.
No tempo de Jesus, a maioria dos judeus já acreditava na vida eterna e na ressurreição dos mortos; e o próprio Jesus Cristo compartilha esta doutrina com os fariseus e a confirma; entretanto, havia um grupo de muito prestígio, já que daí vinham os sacerdotes judaicos, os saduceus, que negavam a vida após a morte e a ressurreição.
A pergunta que os saduceus fazem a Jesus revela como tomavam com banalidade um argumento tão profundo. Eles constroem de propósito a seguinte argumentação para embaraçar Jesus: se uma mulher foi casada com sete irmãos e todos morreram sem deixar filhos, na ressurreição de quem ela será esposa? Na verdade, não lhes interessava saber uma resposta a tal pergunta, queriam somente justificar a opinião deles. E a argumentação não é totalmente ridícula, pois a lei do levirato em Dt 25,5-10 previa que se uma mulher ficasse viúva sem ter filhos do seu marido, ela era obrigada a casar com o cunhado (em hebraico: levir) para garantir a continuidade da descendência. Também o irmão do defunto tinha a obrigação de aceitar casar com a viúva e se recusasse, sofria um rito punitivo.
E aí? Teria aquela mulher sete maridos na vida eterna? Ora, isto é totalmente contra a lei de Moisés. Jesus é muito perspicaz na sua resposta, ele responde dizendo que as condições nas quais as pessoas vivem neste mundo não são as únicas previstas por Deus. No mundo atual, as pessoas se casam. A ressurreição, porém, comporta uma nova dimensão final, um mundo renovado e definitivo no bem que Deus prometeu ao término da história e que nós esperamos como evento pleno e definitivo do Reino de Deus.
A problemática levantada pelos descrentes saduceus não tem vigor, porque na ressurreição a plenitude da vida supera as categorias terrenas de matrimônio para nos tornarmos todos semelhantes aos anjos na visão face a face de Deus.
Jesus dá algumas características dessa nova vida: “já não poderão morrer, pois serão iguais aos anjos, serão filhos de Deus”. Jesus diz que este mundo terreno só pode continuar se as pessoas se casarem e tiverem filhos, já que envelhecem e morrem. A vida nova é radicalmente diferente. É uma ilimitada comunhão com Deus, sem morte, sem enfermidade, sem matrimônio, sem filhos. Seremos semelhantes aos anjos. E que fique bem claro que não estamos falando de reencarnação. É uma vida nova, mas onde cada um ressurgirá com a mesma identidade desta vida terrena num corpo glorioso.

Tudo o que Jesus diz aos saduceus é de uma importância decisiva para a nossa compreensão de Deus e para o direcionamento que devemos dar a nossa vida. Jesus nos diz que “Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para ele”. A vida terrena não é a única que nós temos; quem a considera como realidade última e sem esperança, vive a vida com cobiça, com preocupações, num consumismo desenfreado. Quem, pelo contrário, acredita que ela é o caminho para a plenitude, se deixará guiar pelos ensinamentos do Mestre.

3 comentários:

  1. Excelente explicação. Muito obrigada por transmitir tamanho conhecimento!

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  2. Muito bem colocada a homilia,principalmente na parte em que nos atenta para não confundirmos RESSURREIÇÃO com reencarnação.

    Ass: Simone Fátima (Bairro de Paciência-RJ).

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  3. Obrigado por esta colocação maravilhosa que nos ajuda a entender melhor a relação com a palavra de deus.

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