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quinta-feira, 3 de outubro de 2013

O administrador esperto - José Salviano


8 de Novembro de 2013 - Evangelho - Lc 16,1-8

         Neste evangelho Jesus volta ao tema da riqueza. É mais uma parábola. A história do gerente esperto tem sido um problema para os intérpretes. Jesus incentiva a desonestidade? Como o mostra o v. 8, ele está antes comparando a habilidade astuta dos que pertencem a este mundo com a apatia dos honestos?  O ponto de comparação não é se o gerente é moral ou imoral em seus atos.
        O gerente ou administrador foi descuidado na gestão dos bens do empregador. Diante da ameaça de expulsão, sabe que não conseguirá recomendação para um empre­go semelhante. Não tem a força física necessária para o trabalho braçal e mendigar seria vergonhoso demais. Enquanto há tempo, ele usa sua posição a fim de fazer amigos para o triste futuro. Reduz a dívida de todos os devedores do seu senhor (só são descritos os dois primeiros casos), esperando que eles se lembrem. Parece que o gerente agiu de ma­neira irresponsável com os bens do patrão. A acu­sação contra ele, entretanto, não era a desonestidade, mas o desperdício e a má administração; e em seus preparativos para o futuro talvez ele também não tenha sido desonesto, ou seja, na verdade, ele não roubou o patrão. Com freqüência, o pagamento dos intendentes era tirado dos juros cobrados nos empréstimos, ou seja, da comissão a que tinha direito. Neste caso, as quantias que deduziu dos débitos individuais podem ter sido juros (exorbi­tantes) originalmente destinados a ele. A usura era contra a Lei (Ex 22,24). Rasurando esse encargo extra, podemos ver o gerente reformando sua vida e realizando um ato de justiça!
        Entretanto, o ensinamento de Jesus é um apelo para "os que pertencem à luz" serem tão empreen­dedores na busca do Reino quanto este gerente foi ao tentar arrumar um lugar para si neste mundo. Em seguida, Jesus apresenta um corolário sobre o uso da riqueza mundana em preparação para a eternidade. O gerente astuto usou seu dinheiro para preparar uma morada terrena, mas, embora possa ser associada ao mal (é chamada literalmente de "Dinheiro enganador" ), a riqueza terrena pode ser posta a serviço do Reino de Deus. Pode ser dada como esmola aos pobres e humildes para que seus benfeitores partilhem com eles um lugar no Reino
        Há uma conclusão sobre o serviço dirigida aos seguidores de Jesus. Como neste mundo, assim tam­bém no Reino: a honestidade nas pequenas coisas leva a uma confiança maior. Isso se refere às rea­lidades espirituais, mas também diz respeito ao serviço material. A comunidade de Jesus terá de lidar com problemas de intendência espiri­tual e material. Há sempre o perigo de subordinar o espiritual ao material sem perceber que um novo senhor assumiu.
        As paróquias têm de ser administradas por pessoas que entendem alguma coisa de contabilidade, mas acima de tudo honestas. Infelizmente, como acontece às vezes com os corais, onde as pessoas de lindas vozes nem sempre são cristãos praticantes, também nem sempre os contadores são pessoas engajadas na fé.
        Conheci uma comunidade cujo Santo padroeiro é muito visitado em seu dia de festa, e essa romaria rende muito dinheiro. Acontece que a referida  paróquia simplesmente se transformou economicamente em uma empresa, na qual os mais chegados usufruíam de polpudas somas. Isso acabou rapidinho graça a Deus, com  a intervenção do Sr. Bispo.
        Não podemos esquecer que somos filhos da luz e precisamos tomar cuidado na administração das coisas de Deus, pois como disse Jesus, "...os filhos deste mundo são mais prudentes do que os filhos da luz no trato com seus semelhantes. "   Isso quer dizer, que são mais espertos ao  lidar com a riqueza em relação ao seu semelhante. Repetindo, na administração do dinheiro da paróquia é necessário que haja alguém que entenda de economia, mas que seja acima de tudo, uma pessoa de confiança. Não nos esqueçamos que vamos presta conta da administração dos bens materiais e do dinheiro pertencente a Deus.


Sal

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