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domingo, 8 de dezembro de 2013

A genealogia de Jesus Cristo - José Salviano


TERÇA - 17 de Dezembro de 2013- Evangelho - Mt 1,1-17



            A primeira vinda de Jesus ao mundo foi precedida de uma longa história: a história do povo de Israel, que foi evoluindo  até chegar à sua plenitude  com a pessoa Jesus. Ele é Deus presente e atuante na história dos homens, e que veio nos trazer em sua mensagem, os ensinamentos ideais para seguirmos e conseguirmos a vida eterna. Dessa forma,  a salvação chega para todos os povos da Terra com a libertação do pecado e da morte, para aqueles homens e mulheres de boa vontade. Isto é, aqueles e aquelas que aceitam o plano de salvação elaborado pelo Pai Eterno.
O evangelho de hoje mostra que pela genealogia de Jesus Cristo, Ele é descendente de Abraão. Mas na verdade, Jesus foi gerado pelo Espírito Santo não no seio da Virgem Maria, mas em seu corpo mesmo. A gente diz que foi no seio, por um a questão de respeito, nos recusamos a dizer o local exato, ou seja, o útero. Portanto, Jesus, enquanto Filho de Deus, não é descendente nem de Abraão nem tão pouco de Davi.
Porém, em sinal de respeito à cultura do tempo de Jesus, a qual considerava as genealogias como uma forma literária usada para confirmar a vinculação de uma ou mais personagens de destaque a uma linhagem que recebeu as promessas divinas, são quatorze as gerações, desde Abraão até o nascimento de Jesus.
A respeito da concepção virginal de Maria, já houve quem perguntasse se não se trataria aqui de lendas ou de construções teológicas sem pretensões históricas. A isto deve-se responder: a fé na concepção virginal de Jesus deparou com intensa oposição, zombarias ou incompreensões da parte dos não-crentes, judeus e pagãos. Ela não era motivada pela mitologia pagã ou por alguma adaptação às idéias do tempo. O sentido deste acontecimento só é acessível à fé, que o vê no nexo que interliga os mistérios entre si, no conjunto dos Mistérios de Cristo, desde a sua Encarnação até a sua Páscoa. Por isso o aprofundamento de sua fé na maternidade virginal levou a Igreja a confessar a virgindade real e perpétua de Maria, mesmo no parto do Filho de Deus feito homem. Com efeito, o nascimento de Cristo "não lhe diminuiu, mas sagrou a integridade virginal" de sua mãe. A Liturgia da Igreja celebra Maria como a "sempre virgem".
Assim, prezados irmãos, a concepção de Maria pela atuação do Espírito Santo e sua virgindade, é mais um mistério que acompanha a pessoa de Jesus Cristo, e que não podemos entender pela nossa inteligência, mais sim pelos olhos da fé. Mas infelizmente, aqueles de pouca fé, ou os inimigos do catolicismo, se apóiam nesta parte da nossa doutrina para nos questionar, como se tivéssemos inventado tudo isso e mais um pouco.
É por isso que o olhar da fé pode descobrir, tendo em mente o conjunto da Revelação, as razões misteriosas pelas quais Deus, em seu desígnio salvífico, quis que seu Filho nascesse de uma virgem. Essas razões tocam tanto a pessoa e a missão redentora de Cristo quanto o acolhimento desta missão por Maria em favor de todos os homens. Jesus é portanto, concebido pelo poder do Espírito Santo no corpo da Virgem Maria, e é por isso que a humanidade de Cristo é, desde a sua concepção, repleta do Espírito Santo, pois Deus "lhe dá o Espírito sem medida". É da "plenitude dele", cabeça da humanidade remida, que "nós recebemos graça sobre graça" (Jo 1,16).
José Salviano


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