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sexta-feira, 15 de agosto de 2014

A cruz de Cristo é o símbolo de Sua doação total -Canção Nova

31 de agosto - DOMINGO - Evangelho - Mt 16,21-27

Celebramos hoje a festa da Exaltação da Santa Cruz. Esta festa chama a atenção, pois destaca o grande paradoxo da nossa fé – foi exatamente pela cruz, o mais terrível entre os suplícios, que veio nossa salvação.
Humanamente falando, a morte de Jesus na cruz significava o fracasso total da Sua vida e missão, mas, de fato, escondia a vitória de Deus sobre o mal, da vida sobre a morte, da graça sobre o pecado – uma vitória que se manifestaria ao terceiro dia, na Ressurreição.
Estamos diante do mistério que Paulo desvenda: “Deus escolheu o que é loucura no mundo, para confundir os sábios; e Deus escolheu o que é fraqueza no mundo, para confundir o que é forte. E aquilo que o mundo despreza, acha vil e diz que não tem valor, isso Deus escolheu para destruir o que o mundo pensa que é importante” (I Cor 1,27-28).
Deus enviou-nos o Seu Filho. O “Filho do Homem” significa o humano, o encarnado na vida, na história. O Filho do Homem desceu do céu e será levantado. É o Verbo que se fez carne e vimos a Sua glória. Temos aqui a dinâmica característica do Evangelho de João: Jesus desceu do céu para elevar o humano.
João prima pela revelação da exaltação da condição humana a partir da Encarnação do Filho de Deus, Jesus. A elevação do Filho do Homem é a elevação do humano. Jesus é a serpente levantada no deserto por Moisés para a salvação de toda a humanidade.
A festa de hoje celebra a cruz, não o sofrimento. Jesus não nos salvou por ter sofrido três horas na cruz – Ele nos salvou porque a Sua vida foi totalmente fiel à vontade do Pai. Por causa dessa fidelidade, as Suas opções concretas O colocaram em conflito com as estruturas de dominação sócio-político-religiosas, o que causou o Seu assassinato judicial.
A morte de Jesus foi muito mais do que uma tentativa de eliminar alguém que incomodasse. Era a tentativa de aniquilar o Seu movimento, a Sua pregação, a visão de Deus e do projeto divino que Ele ensinava. A cruz então se tornava o símbolo de doação total numa vida de fidelidade absoluta ao projeto do Pai. Era o último passo de coerência, consequência lógica do seguimento segundo a vontade de Deus.
Assim, Jesus deixa bem claro nas páginas dos Evangelhos que a cruz é a característica do discípulo: “Se alguém quer me seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz, e me siga”. (Mc 8,24).
Jesus não nos convida a buscar o sofrimento, mas a carregar a cruz – consequência de uma religião que é vivencial, que acarreta ações e atitudes coerentes com o Deus no qual acreditamos, e que traz em seu bojo as sementes de um conflito com todo poder opressor, pois “os meus projetos não são os projetos de vocês, e os caminhos de vocês não são os meus caminhos”. (Is 55,8).
Paulo descobriu que pregar Cristo “sem a cruz” era esvaziar a evangelização. Assim, declara à comunidade de Corinto: “Entre vocês eu não quis saber outra coisa a não ser Jesus Cristo e Jesus Cristo crucificado”.(I Cor 2,2). A cruz de Cristo é inseparável da Sua vida, pois é a consequência dela.
No entanto, a cruz também não se separa da Ressurreição, pois ela é o resultado de tal coerência e fidelidade. A festa de hoje nos desafia para que respondamos ao convite de Jesus para carregar a nossa cruz numa vida de discipulado e missionariedade, continuando a Sua missão no mundo, pois – como diz o nosso texto de hoje, – “Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por meio dele”.
Padre Bantu Mendonça


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