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segunda-feira, 11 de agosto de 2014

O Cristo que seguimos diz do cristão que somos -Canção Nova

24 de agosto - DOMINGO - Evangelho - Mt 16,13-20


Irmãos e irmãs, no tempo de Jesus e, segundo os evangelistas, muitos tinham opiniões sobre o ser e agir de Jesus, ao ponto de confundi-Lo com importantes personagens da história da Salvação (cf. Mt 14,1-2; Mc 9,14-16; Lc 9,7-9). Mas quem era o verdadeiro Jesus que lhes falava e manifestava, também por atos e até mesmo no silêncio, o amor de Deus que redime?
Esta questão tinha e continua a ter grande importância, por isso o próprio Senhor pergunta aos doze apóstolos, após terem orado por longo tempo, quem era aquele Homem que os chamou, orou com eles, partilhou a vida e as palavras, realizou grandes sinais diante da vista de todos: “E vós, quem dizeis que eu sou?” (Lc 9,20).
Como porta-voz dos demais, Pedro respondeu com palavras inspiradas: “O Cristo de Deus” (v. 20). Mas será que ele tinha noção do que significaria, no mistério de Jesus, aquelas palavras? Uma leitura comparativa dos Evangelhos sinópticos, inclusive em Mt 16, 13-20, percebe-se que, naquele momento, em Cesaréia de Filipe, eles ainda não seriam capazes de conceberem a relação de Jesus como o Messias e, ao mesmo tempo, o realizador da profecia do Isaías.
Será preciso um Calvário e a releitura dos acontecimentos, em comunidade, guiada pelo Espírito Santo (cf. Jo 14,26) para que a Igreja, num todo, identificasse Jesus Cristo como Servo Sofredor sem fatalismo: “Era o mais desprezado e abandonado de todos, homem do sofrimento, experimentado na dor, indivíduo de quem a gente desvia o olhar, repelente, dele nem tomamos conhecimento” (Isaías 53, 3). Mas o Cristo é também o Mestre dos mestres que, em sua pedagogia divina, foi revelando a verdade, a qual, aos poucos, os doze e a Igreja, ao longo do tempo, foi e continua a ser chamada a aceitar, para que a interpretação do Mistério de Cristo não tenha o ruído do triunfalismo.
“É necessário o Filho do Homem sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos, sumos sacerdotes e escribas, ser morto e, no terceiro dia, ressuscitar” (Lc 9, 22). Até parece que Jesus estava com o trecho de Isaías, acima citado, frente aos seus olhos. Mas, muito mais do que isto, todo o Antigo Testamento estava em seu coração como a história de toda a humanidade, a qual continua necessitada de um único messias que corresponda e supere as esperanças dos povos. Por isso, alerta o magistério da Igreja, instruída pelo Espírito de Cristo: “Numerosos judeus, e até certos pagãos que compartilhavam a esperança deles, reconheceram em Jesus os traços fundamentais do “Filho de Davi” messiânico, prometido por Deus a Israel.
Jesus aceitou o título de Messias [Cristo em grego] ao qual tinha direito, mas com reserva, pois este era entendido por uma parte de seus contemporâneos segundo uma concepção demasiadamente humana, essencialmente política” (CIC, nº 439). Por isso as palavras do primeiro Papa, também representa o reto ensinamento da Igreja de Cristo, que pelo seu Catecismo, exprime a fé n’Aquele que ressuscitou, mas, antes, sofreu por cada um de nós e por todos a Sua Paixão e Morte. Assim, a Fé Pascal (Morte e ressurreição) precisa também suscitar a nossa resposta diária ao Cristo que continua a nos questionar: “E você que é cristão, quem é o Cristo que você segue, principalmente quando a vida lhe propõem ou impõem um Calvário? Quando quereríamos ser tratado com se estivéssemos ainda em Cesaréia, ignorantes em muitas coisas? Talvez, até estejamos nesta etapa, na qual o conhecimento que temos da Palavra de Deus ainda paire abstrato sobre a nossa existência e ações. Por isso, Cristo, como fez com os doze continua a nos propor, nunca impor, a vida de oração comunitária e apostólica (cf. Lc 9, 18) para que, mesmo sem entendermos muitas coisas, possamos ainda nos unir ao mistério do Cristo Pascal.
D’Ele não vem o sofrimento nem a provação, mas a certeza de que nada que passamos, passa ao lado do Seu coração cheio de compaixão e verdade. Ele não é indiferente a ninguém nem às razões das nossas lutas e lágrimas.
De Cesaréia de Filipe ao Calvário, os apóstolos precisaram da paciência e sabedoria do Mestre e Bom Pastor. Também nós podemos ter a certeza de que Ele não mudou a Sua pedagogia, a qual transforma o tempo num elemento imprescindível para o nosso amadurecimento como discípulos e missionários. Agora, ninguém pode ceder aos messianismos presentes, que prometem um céu aqui na terra, ou seja, não se pode dispensar do seguimento e união ao verdadeiro Jesus Cristo, cabeça da Igreja, Aquele que por amor aceitou «sofrer muito» e ressuscitar, no terceiro dia, para nos comunicar o Espírito Santo.
Ele não está obrigado a poupar ninguém do mistério do sofrimento humano neste mundo passageiro. Por isso também, Ele continua conosco como consolo e modelo Supremo na árdua missão que conferiu à Sua Igreja (cada um a seu modo), a partir do Papa e aos sucessores dos apóstolos: «Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado.Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos» (Mt 28, 20).
Padre Fernando Santamaria
Comunidade Canção Nova



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