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de Janeiro de 2015- Quinta - Evangelho - Lc 4,14-22a
Cada evangelista destaca uma cena especial para o
início do ministério de Jesus. Em Marcos, temos a expulsão de um espírito
impuro na sinagoga; em Mateus, a proclamação das bem-aventuranças; em João, as
bodas de Caná; e, no texto de hoje, Lucas apresenta a inauguração do ministério
de Jesus em uma sinagoga de Nazaré, com a leitura do texto de Isaías que fala
da evangelização dos pobres e da libertação dos oprimidos. Assim, o Evangelho
de hoje nos fala do início da vida pública de Jesus, quando Ele começou a
pregar nas sinagogas da região da Galiléia, e particularmente em Nazaré, cidade
onde Ele foi criado.
Observe que o Evangelho já começa dizendo que “Jesus voltou para a
Galiléia”. O que significa dizer que Ele estava em outro lugar.
Particularmente, eu não duvido que Jesus tenha viajado bastante, e conhecido
vários lugares, culturas e pessoas diferentes. Acredito que em sua vida
terrena, nos anos não-narrados pelos evangelistas, Ele tenha aprendido muito
mais do que ensinou. Afinal, para falar tão bem como Ele falava, era necessário
conhecer tudo sobre o Reino dos Céus, sobre o Deus Pai, e sobre o ser humano em
si, seus sentimentos, suas limitações, suas imperfeições…
Outro ponto que torna Jesus tão especial como pregador é que Ele
foi o primeiro profeta a trazer a imagem do Deus Pai, e não daquele Deus
vingativo, que pune o pecador e a sua descendência com doenças e desventuras.
Você já assistiu alguma pregação em que a pessoa só falava nos pecados,
castigos, no inferno, no inimigo e de coisas ruins? Certamente deve ter saído
desta palestra bem “pesado”… Com medo de fazer qualquer coisa que Deus
desaprovasse…
Nestas primeiras pregações de Jesus, quando Ele ainda nem tinha
discípulos, Ele deve ter falado muito sobre a verdadeira felicidade, que
consiste em fazer a vontade do Pai, mas não por ser obrigado a fazê-la, e sim
por se sentir bem em fazê-la. Por que as pessoas gostavam tanto de ouvi-lo
falar? Provavelmente porque Ele ensinava as pessoas a serem felizes! Não ficava
impondo vários “nãos”, mas falava de Amor, e quem ama, tudo pode.
Jesus identifica-se com esta missão. Tudo poder para que o homem
viva e viva para sempre.
Um outro pormenor de Lucas é sua sensibilidade ao
escândalo da divisão da sociedade em ricos e pobres. Ele realça como Jesus vem
ao encontro dos pobres para resgatar-lhes a vida e a dignidade. A Boa-Nova é a
chegada do Reino de Justiça, com a libertação dos pobres oprimidos.
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