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domingo, 1 de fevereiro de 2015

Comentários-Prof.Fernando

Comentários-Prof.Fernando* 4ºdom.(pós-Epifania) do Tempo Comum
 01 fevereiro 2015                         ensinava como quem tem autoridade

Sinalizando vida até a morte
·                    A maioria dos estudiosos e a maior parte das investigações bíblicas dão conta de que o evangelista Marcos estruturou sua exposição concisa sobre a vida e a pregação do Mestre de Nazaré em torno de um eixo literário que ficou conhecido como “o segredo messiânico’. Marcos indica que a identidade de Jesus só é revelada na morte: será pela boca do soldado romano que o “segredo” é revelado – “este homem era verdadeiramente o filho de Deus” (cap.15, v.19). Esta seria a razão pela qual, nos textos de Marcos, o próprio Jesus proíbe que se divulgue ser ele “o Filho de Deus”. Assim o proíbe: aos demônios, às pessoas que cura e até aos discípulos, como, lemos, por ex., em 1,25;3,12;1,44;7,34;8,30;9,9. Nesse sentido, antes da cruz, era o tempo de cuidar da vida e das necessidades mais urgentes das pessoas. Não era ainda o tempo da plena revelação. O tempo do segredo não é o da proclamação e da conclusão.
·                    No dia a dia Jesus é o “Filho do Homem”, o profeta de Nazaré, que, no entanto, traz um poder que vem de Deus. Isso significa: cura o mal, libertar o ser humano de muitas cadeias. É Graça, é o Dom de Deus. O povo logo reconhece: “ele ensina com quem tem autoridade”. Assim, como se diz na primeira leitura, age o Profeta, que é o mediador, o portador da palavra de Deus. Os sinais apontam para o Criador e o que ele quer revelar ao ser humano. Os “sinais” não são o centro dessa revelação. Os sinais vêm apoiar a autoridade do profeta e o “segredo de Marcos” aponta para esta discrição de Jesus. Na narrativa de hoje o poder que vem de Deus é capaz de libertar o homem dominado pelo mal. O povo vê aí um ensinamento diferente,

Demônios e exorcismo
·                    Hoje temos de combater o mal e a corrupção, a doença e a fome com todos os recursos disponíveis. Precisamos de moralizar o SUS, a política, acabar com o desperdício de água, com a contaminação do meio ambiente, com as guerras e perseguições. A recente história da Grécia, na Europa, quer dizer em primeiro lugar que o povo ficou cansado com tanta dívida, tanta austeridade, tanto apertar o cinto, recebendo em troca só desemprego, fome e degradação dos sistemas de saúde e educação. A comunidade europeia e seus líderes começam a repensar se tudo se deve reduzir a dinheiro, juros e dívidas ou se há outros caminhos para melhorar a economia.
·                    Diante do mal – como faziam os antigos monges do deserto – deveríamos nos preocupar mais em conhecer as estratégias do mal e como nos livrar delas, do que com a “natureza” dos demônios (sempre tidos como os promotores do mal). Ora, todos certamente conhecemos, pelos jornais ou pessoalmente, muitos demônios, aqueles que promovem o mal, a corrupção, o crime, o domínio sobre os mais fracos, sobretudo quando estes estão no sofrimento. Nós, então, conhecemos os “demônios” e não interessa se estes (que conhecemos) são assim porque ouvem “conselhos” de “maus espíritos”. Devemos nos preocupar, antes de tudo, como Jesus, em como livrar as pessoas de seus sofrimentos, seja quando estão sob doenças psíquicas ou corporais, seja quando oprimidas por inúmeras dificuldades, como desemprego, pobreza, perseguiça e outras ameaças.
·                    Se acompanharmos na Mídia (há muitos canais na Tv, a cabo, sobretudo) vemos por toda parte inúmeros “grupos” e “igrejas” que divulgam mais o mal do que o bem. Estão mais interessados em shows de exorcismos, pretensas curas, falatórios em “línguas” incompreensíveis (muito semelhantes, aliás ao som da expressão “blá-blá-blá”, que quer dizer “nada importante”). Isso tudo é, para eles, mais do que a Palavra de Deus ou a divulgação do Bem e, sobretudo, a promoção da vida e do bem das pessoas.
·                    Jesus manda, com uma “autoridade” que impressionava as pessoas à volta que nele reconheciam um “ensinamento novo”, dizendo “Cala a boca” e, em seguida: “sai desse homem”. Jesus não faz de seu Exorcismo um espetáculo, mas liberta efetivamente o homem que estava possuído, de alguma forma, pelo mal. Como na antiguidade (também hoje se pode interpretar assim) a linguagem imediata identifica aí uma “possessão”, isto é, a ausência de autonomia naquele homem. Ele não é livre. É escravo ou “possuído”.
·                    Pois bem, Jesus, o “Filho do homem”, vem dizer a todo homem, a toda mulher, a todo membro do gênero humano: seja livre! (cf. Gálatas 5, numa tradução literal: para a liberdade Cristo nos libertou: fiquem firmes, não sejam emaranhados de novo no jugo da escravidão).
No Brasil de hoje
·                     Infelizmente um grande número de pregações e igrejas atualmente reúnem milhares de pessoas com a finalidade de dominar os já dominados. Os “possuídos” já por tantos medos. O mais comum é o medo de mau olhado e de “despachos”. Esses pregadores (aliás em flagrante desrespeito a pessoas que sinceramente seguem religiões afro-brasileiras, neste contexto confundidas pelo nome genérico de “macumbeiras”), condenam outras religiões.
·                    Nos “shows” ditos “religiosos” também dominam a multidão com sons ininteligíveis, dizendo-se portadores de “dons” espirituais ao falar em linguagem de anjos...
·                    Nos mesmos shows convocam-se ainda os doentes e deficientes (como se não bastasse já estarem oprimidos por suas doenças) chegando a condenar consulta a médicos, principalmente na área da psiquiatria (quem nunca ouviu que não existe depressão nem outrs doenças mentais, pois tudo se reduz, segundo eles, a “possessão de espíritos maus”?)
·                    Todo mundo sabe que esses espetáculos de um número incrível de aleijados que “abandonam” bengalas e cadeiras de rodas; de outro número enorme de “possessos” de palco; de tantos pastores ou padres pregando “blá-blá-blás” e “lá-bá-la-bá-lás” (dizendo-se “cheios do Espírito Santo”); de tanta argumentação em favor de ofertas para “negociar” com Deus a solução de problemas financeiros ou prosperidade nos negócios; todo mundo sabe que estas 4 coisas, afinal, destinam-se a convencer as pessoas a fazer ofertas.
·                    E todo esse dinheiro se destina a aumentar o patrimônio e riqueza de instituições e de seus donos. Não ousaria dizer que nenhum deles é sincero e acredita no que prega e como o faz. Alguns, honestamente, acham que assim podem “evangelizar”. Toda regra, como se diz, tem exceção. Na maior parte, porém, o que existe é malícia (esperteza) diabólica!
·                    Concluo com palavras do biblista J.Konings:
·                    Libertando o endemoninhado do seu mal, Jesus demonstra que o Reino por ele anunciado não é apenas apelo livre à conversão da cada um, mas luta vitoriosa contra o mal que se apresenta maior que a gente.
·                    O mal que é maior que a gente existe também hoje: a crescente desigualdade social, a má distribuição da terra e de seus produtos, a lenta asfixia do ambiente natural por conta das indústrias e da poluição, a vida insalubre dos que têm de menos e dos que têm demais, a corrupção, o terror, o tráfico de drogas, o crime organizado, o esvaziamento moral e espiritual pelo mau uso dos meios de comunicação... Esses demônios parecem dominar muita gente e fazem muitas vitimas. (...)Como Jesus, a Igreja é chamada a apresentar ao mundo a Palavra de Deus e o anúncio de seu Reino. Como confirmação dessa mensagem, deve também demonstrar, em sinais e obras, que o poder de Deus supera o mal: no empenho pela justiça e no alívio do sofrimento, no saneamento da sociedade e na cura do meio ambiente adoentado.
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( * ) Prof.(1975-2012) Edu,Teo,Filo,Ética. fesomor2@gmail.com

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