28 de Maio - Quinta - Evangelho - Mc 10,46-52
Eclesiástico 42, 15-26 – “quem entende Deus?”
Devemos tomar esta leitura numa perspectiva
espiritual para compreendermos que tudo quanto Deus criou, se realiza
primeiramente dentro de nós. Só poderemos, verdadeiramente, contemplar as
maravilhas da criação se levarmos em conta que todas as coisas criadas têm um
significado sobrenatural e são palpáveis dentro de nós. A maioria de nós,
caminhamos no mundo sem perceber o sentido para os acontecimentos da nossa
vida, sem nos entregarmos aos cuidados de Deus nem tampouco, tomamos
conhecimento de que Ele está atento e vigilante às nossas necessidades. Pelo
contrário, apesar de acreditarmos que Deus existe e tudo o mais, nós nos
propomos a dar a Ele conselhos para que se realizem os projetos com os quais
sonhamos. Temos uma visão deturpada de Deus e não aquilatamos o Seu poder
criador, libertador e restaurador. Através desta leitura nós tomamos
conhecimento de que nunca poderemos “entender” os mistérios divinos, mas
podemos experimentar a Sua onipotência, onipresença e onisciência a partir dos
nossos pensamentos, sentimentos, palavras e ações quando estamos sob a Sua guarda.
Portanto, ao invés de ficarmos, às vezes, transtornados (as), confusos (as) e
decepcionados (as) pelas coisas que nos acontecem, precisamos, primeiramente,
elevar os nossos olhos para Aquele que sabe tudo, pois “sonda o abismo e o
coração e penetra em todas as suas astúcias”. Depois devemos deixar que Ele
mesmo nos mostre qual é a nossa responsabilidade dentro daquilo que não deu
certo e receber Dele a instrução para recomeçar, pois nada Ele fez de
incompleto. Ele tem a receita e o remédio para tudo. – Você tem consciência do
poder de Deus no rumo da sua vida? – Você sabe que Ele está atento a todos os
seus passos? – Você aceita a intervenção Dele nos seus projetos? – Você tem
consciência de que Ele conhece os seus pensamentos e sentimentos mais ocultos?
Salmo 32 – “A Palavra do Senhor criou os céus!”
Deus falou e toda a terra foi criada, assim como
o céu, as estrela e o mar. Ainda hoje Deus fala, e a Sua Palavra se cumpre na
nossa vida. A Palavra de Deus continua criadora e poderosa para nós, por isso,
nós confiamos e esperamos as suas promessas. Na certeza de que alcançaremos
tudo que nos foi prometido é que damos graças ao Senhor e cantamos um canto
novo que se expressa através das nossas ações de homens e mulheres renovados no
Espírito.
Evangelho – Marcos 10, 46-52 – “o manto do
pecado!”
O cego de Jericó é o protótipo do homem e da
mulher que se deixaram escravizar pelo pecado e têm a sua visão obscurecida
para as realidades espirituais. O pecado nos estaciona, nos escraviza e nos
deixa sem perspectivas nos impedindo de enxergar as maravilhas que Deus realiza
na nossa vida. Por causa dele nós ficamos à beira do caminho, isolados das
graças e bênçãos que nos foram destinadas. O grito de Bartimeu é também o brado
que parte da nossa alma que anseia pelo perdão e pela misericórdia de Deus
quando nos sentimos afastados do povo de Deus por causa das condições em que
estamos vivendo. Mesmo que aparentemente não deixemos transparecer, a nossa
alma grita pedindo socorro, como aconteceu com o cego. O que nunca poderemos
esquecer é que Jesus está sempre perto de nós, sentado também conosco,
esperando a nossa invocação. Mesmo que aqueles que O acompanham não nos
reconheçam e achem que somos indignos de ficar perto do Mestre, Ele nos acolhe
e anseia pelo nosso regresso. Bartimeu foi insistente e corajoso e deu uma
prova da sua fé apesar da sua situação de penúria. Com o gesto de se desfazer
do manto que o cobria, ele jogou fora a sua vida pregressa, toda a carga que
levava sobre os ombros e se entregou sem restrições aos cuidados de Jesus.
“Mestre, que eu veja”, foi o seu único pedido. Ele não se justificou nem acusou
a ninguém pela sua desgraça, apenas confiou na misericórdia de Deus que cura,
salva e liberta. Assim também nós precisamos fazer: reconhecer a nossa cegueira
causada pelo pecado, pedir piedade ao Senhor, jogar fora o manto que pesa nos
nossos ombros para acolher a cura da nossa alma. Aí então, nós poderemos nos
ajuntar aos outros que caminham com Jesus para sermos Seus discípulos na busca
de outros Bartimeus que também estão sentados, mendigando às margens da vida.
Jesus quer se deixar encontrar por todos que se encontram assim e está atento
ao nosso chamado - Como você está atualmente, sentado à beira do caminho ou
caminhando com o povo de Deus? – Há alguém que você conhece hoje que está nesta
situação do cego Bartimeu? - Você tem enxergado as maravilhas de Deus na sua
vida? – Você já jogou fora o manto que o impedia de ver Jesus
Helena Colares Serpa
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