16 de Maio - Sábado -
Evangelho - Jo 16,23b-28
O Pai vos ama, porque
vós me amastes e acreditastes.
Neste Evangelho, Jesus
expõe as consequências da sua união com o Deus Pai: Há um círculo de amor que
se estabelece entre o Pai, Jesus, o Espírito Santo, os discípulos, e estes si.
Essa intimidade e essa comunhão tem duas consequências práticas: a nossa oração
é ouvida e o nosso conhecimento de Deus aumenta. São privilégios que o
discípulo fiel de Jesus desfruta.
“Se pedirdes ao Pai
alguma coisa em meu nome, ele vo-la dará... Pedi, e recebereis, para que a
vossa alegria seja completa.” Através do Espírito Santo, nós estamos
incorporados em Cristo, que é um com o Pai. Portanto, a nossa prece tem a força
de Cristo.
Os discípulos não podiam
alcançar essa união profunda com Cristo enquanto não recebessem o dom do
Espírito Santo, que Jesus lhes enviou depois de sua subida ao céu. Por isso que
Jesus fala: “Até agora nada pedistes em meu nome”.
“Para que a vossa
alegria seja completa.” Alegria completa nós só teremos no céu. Portanto, a
nossa oração está voltada principalmente para a nossa salvação e a de nossos
irmãos e irmãs.
A eficácia da oração
do cristão depende da sua união com Cristo. “Se alguém me ama, guardará a minha
palavra; meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada. Quem não
me ama, não guarda as minhas palavras” (Jo 14,23-24).
O Pai vos ama, porque
vós me amastes e acreditastes. A nossa união com Jesus, faz com que o Pai nos
ame com o amor que tem a Jesus. Por isso ele nos atende, mesmo se lhe pedirmos
diretamente, sem a mediação de Jesus. E a oração dos discípulos de Cristo é
também a própria oração de Cristo, que com eles está intimamente unido. Por
isso que na Missa nós rezamos: “Por Cristo, com Cristo e em Cristo, a vós, Deus
Pai todo poderoso, na unidade com o Espírito Santo, toda honra e toda glória,
agora e para sempre”.
“Vem a hora em que não
vos falarei mais em figuras, mas claramente vos falarei do Pai.” Essa
comunicação clara de Jesus aos discípulos começou no dia de Pentecostes e terá
a sua plenitude no céu. É a consequência do dom da filiação divina, que Cristo
nos deu. Entre pai e filho a conversa é franca, aberta e natural. “Agora nós
vemos num espelho, confusamente; mas, então, veremos face a face. Agora,
conheço apenas em parte; mas, então, conhecerei completamente” (1Cor 13,12).
Certa vez, uma família
resolveu fazer uma festa para celebrar as bodas de prata do casal. Primeiro
participaram da Santa Missa e depois ofereceram um churrasco para os parentes,
amigos e vizinhos. Quando a carne estava pronta, o filho mais velho desligou o
som e convidou todos a uma oração. Mas um rapaz, filho de uma família vizinha,
não rezou. Não só não rezou, mas resolveu debochar. Depois que terminou a reza,
ele disse: “Acho que eu fui o único que não rezei”. Uma velhinha que estava
perto ouviu e não deixou por menos. Ela falou: “Não! Não foi só você que não
rezou!” E, apontando para dois gatos e um cachorro, disse: “Eles também não
rezaram”.
O rapaz quis dar uma
de bonito e saiu-se mal. “Pedi, e recebereis”. A festa do amor que circula
entre Deus Pai, Cristo, o Espírito Santo, nós e os nossos irmãos e irmãs, é
maior e mais bonita que qualquer festa terrena. Mas essa festa só é possível se
rezarmos, e muito. Que o nosso bom Deus nos ilumine e dê forças para, como esta
senhora, enfrentar as ondas do mal, de forma criativa e certeira.
Em todos nós esse
conhecimento das coisas divinas é, em parte, antecipado, a partir do nosso
batismo. Em Maria, essa antecipação foi tão generosa da parte de Deus, que ela
foi em corpo e alma para a visão beatífica.
O Pai vos ama, porque
vós me amastes e acreditastes.
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