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domingo, 17 de maio de 2015

Tu, segue-me!-Dehonianos

23/05/2015

7ª Semana – Sábado

Lectio

Primeira leitura: Actos 28, 16-20.30s.
16Quando entrámos em Roma, Paulo foi autorizado a ficar em alojamento próprio com o soldado que o guardava. 17Três dias depois, convocou os principais dos judeus e, quando estavam todos reunidos, disse-lhes:«Irmãos, embora nada tenha feito contra o povo ou contra os costumes paternos, fui preso em Jerusalém e entregue às mãos dos romanos. 18Estes, depois de me terem interrogado, queriam libertar-me, por não haver em mim crime algum digno de morte. 19Mas, como os judeus se opuseram, fui constrangido a apelar para César, sem querer, de modo algum, acusar o meu povo. 20Foi por este motivo que pedi para vos ver e falar, pois é por causa da esperança de Israel que trago estas cadeias.» 30Paulo permaneceu dois anos inteiros no alojamento que alugara, onde recebia todos os que iam procurá-lo, 31anunciando o Reino de Deus e ensinando o que diz respeito ao Senhor Jesus Cristo, com o maior desassombro e sem impedimento.
Entre a leitura de ontem e a de hoje, temos a narrativa da atribulada viagem de Paulo até Roma: parte de Cesareia para a ilha de Creta, sofre uma grande tempestade durante 14 dias, demora-se em Malta, viaja até Roma e é calorosamente recebido pela comunidade cristã. Na capital do Império, o Apóstolo vive uma liberdade vigiada, que aproveita para anunciar o Reino de Deus com muita coragem.
A obra de Lucas atingiu o objectivo: nada nem ninguém pode deter o caminho da Palavra, que chega ao coração do Império e é pregada «nos extremos confins da terra». Paulo é uma das muitas testemunhas de Jesus. É um modelo, um campeão da fé e do testmunho da mesma, mas não é o único. Paulo cumpriu a sua missão com fidelidade e coragem exemplares. Mas todo o cristão há-de ser testemunha da Ressurreição. Em todo o tempo e lugar, em todas as circunstâncias, o discípulo há-de proclamar Jesus como «Senhor» e Salvador, porque «a palavra de Deus não pode ser acorrentada» (2 Tm 2, 9).

Evangelho: João 21, 20-25
Naquele tempo, 20Pedro voltou-se e viu que o seguia o discípulo que Jesus amava, o mesmo que na ceia se tinha apoiado sobre o seu peito e lhe tinha perguntado: ‘Senhor, quem é que te vai entregar?’ 21Ao vê-lo, Pedro perguntou a Jesus: «Senhor, e que vai ser deste?» 22Jesus respondeu-lhe: «E se Eu quiser que ele fique até Eu voltar, que tens tu com isso? Tu, segue-me!» 23Foi assim que, entre os irmãos, correu este rumor de que aquele discípulo não morreria. Jesus, porém, não disse que ele não havia de morrer, mas sim: «Se Eu quiser que ele fique até Eu voltar, que tens tu com isso?»
24Este é o discípulo que dá testemunho destas coisas e que as escreveu. E nós sabemos bem que o seu testemunho é verdadeiro. 25Há ainda muitas outras coisas
que Jesus fez. Se elas fossem escritas, uma por uma, penso que o mundo não teria espaço para os livros que se deveriam escrever.

No epílogo do evangelho de João, o discípulo amado aparece, mais uma vez, com Pedro. A presença de Pedro, cuja autoridade é reconhecida, serve para acreditar a de João e, de algum modo, a autoridade do próprio quarto evangelho que, directa ou indirectamente remonta ao discípulo amado.
Quando o quarto evangelho foi escrito, os mártires eram já tidos em grande
consideração. A morte de um mártir era o modo mais elevado de glorificar a Deus. Jesus tinha predito o martírio de Pedro. Mas não terá dito nada sobre o «outro discípulo»? Claro que disse: «Se Eu quiser que ele fique até Eu voltar, que tens tu com isso? Tu, segue-me!» (v. 22). Os primeiros cristãos julgavam iminente a segunda vinda de Jesus. Embora muitos morressem, muitos outros viveriam até ao regresso do Senhor. Entre eles, João. Mas a vinda do Senhor não aconteceu como pensavam. O próprio quarto evangelho inculca seriamente a presença, a actualidade das realidades escatológicas: o juízo final, a vida eterna… têm lugar aqui e agora, ainda que isso não exclua a dimensão do futuro. A morte do discípulo amado, entretanto ocorrida, desconcertou muito gente, e foi preciso esclarecer a sentença ambígua de Cristo. O capítulo 21 foi acrescentado para corrigir a má interpretação das palavras de Jesus. Esclarece-se, diante do testemunho de Pedro, o testemunho do discípulo que Jesus amava, testemunho que está na base do quarto evangelho. «E nós sabemos bem que o seu testemunho é verdadeiro» (v. 24). O «nós» indica a comunidade de discípulos que surgiu à volta do testemunho de João.

Meditatio
Estamos na vigília do Pentecostes. As leituras deste sábado não falam directamente do Espírito Santo, mas falam de testemunho. Do testemunho de João, que «dá testemunho destas coisas e que as escreveu» (v. 24) e do testemunho de Paulo, que «recebia todos os que iam procurá-lo, anunciando o Reino de Deus e ensinando o que diz respeito ao Senhor Jesus Cristo, com o maior desassombro e sem impedimento» (vv. 30-31).
O testemunho do Evangelho é fruto da presença do Espírito Santo. É o que
vemos no relato do Pentecostes (Actos 2, 1ss.): recebido o Espírito Santo, aqueles homens inconstantes e tímidos tornam-se apóstolos decididos e corajosos em Jerusalém, na Samaria, na Galileia e até aos confins da terra. O Espírito Santo é o protagonista da evangelização: por meio d´Ele, difunde-se a boa nova do Evangelho; é Ele que indica os caminhos a seguir, e as pessoas a escolher; os Apóstolos foram escolhidos por Jesus «no Espírito Santo» (Act 1, 2); foi o Espírito que ordenou:
«Separai Barnabé e Paul para o trabalho (missão) a que Eu os chamei» (Act 13, 2); os Apóstolos afirmam: «O Espírito Santo e nós próprios resolvemos...» (Act 15, 28); o Espírito Santo proíbe a Paulo e a Timóteo «pregar a Palavra na província da Ásia» (Act 16, 6) e também na Bitínia (cf. Act 16, 7). Apenas lhes resta um caminho a percorrer, o caminho indicado pelo Espírito, que os levará à Macedónia, na Grécia e, portanto, à Europa (cf. Act 16, 9ss). «Movidos pelo Espírito Santo esses homens falaram em nome de Deus» (2 Pe 1, 21).
A Igreja sempre acolheu o testemunho dos Apóstolos como verdadeiro, porque inspirado pelo Espírito Santo. Acolheu o testemunho de Pedro e o dos outros Apóstolos, incluindo o de João, definitivamente consignado por escrito pelos seus discípulos, já em finais do século I: «nós sabemos bem que o seu testemunho é verdadeiro» (v. 24), escrevem esses discípulos. É esse testemunho verdadeiro, de João e dos outros Apóstolos, que a Igreja continua a transmitir ao longo dos séculos para acreditarmos «que Jesus é o Messias, o Filho de Deu», e, crendo, tenhamos vida n´Ele (cf. Jo 20, 31.

Oratio
Senhor Jesus, perdoa as minhas curiosidades inúteis e faz-me ouvir o teu amoroso convite: «Segue-me», como o fizeste ao teu discípulo Pedro, e dá-me a graça da fidelidade até ao fim.
Que o teu apóstolo João, seja o meu guia na descoberta do amor do teu
coração, na assiduidade e na delicadeza com que quero realizar o teu serviço. Com o teu discípulo amado, e como ele, quero seguir-Te em toda, fazendo sempre o que mais Te agrada. Infunde em mim o teu Espírito Santo. Que Ele seja a minha força, o garante da minha fidelidade. Amen.

Contemplatio
S. João teve com Jesus todos os laços mais íntimos: foi seu familiar, seu discípulo, seu amigo, seu herdeiro. Tiago e João eram filhos de Salomé, a parente de Maria. Chamavam-nos os irmãos de Jesus; era costume chamar irmãos os parentes próximos. João deve ter conhecido Jesus em menino.
Com Santo André, foi o primeiro que se ligou a Ele como discípulo (Jo 1,37). Tendo ouvido João Baptista chamar Jesus o Cordeiro de Deus, comprazia-se muito com doçura deste nome, meditava nele sem cessar, recorda-o muitas vezes no Apocalipse.
S. João está sempre junto de Jesus. Quando Jesus chama à parte alguns apóstolos, para os seus mais belos milagres, para a transfiguração, para a agonia, S. João está sempre.
Está sentado junto de Jesus. S. Pedro sabe bem que João é o amigo e que por ele poderá conhecer os segredos que Jesus não revela a todos.
S. João pode contar em pormenor o discurso depois da Ceia, porque melhor que os outros ele tudo escutou e compreendeu.
S. João ama como é amado. Segue Jesus por toda a parte. (Petrus vidit illum sequentem). Segui-lo-á até ao Calvário. Assiste à morte de Jesus, ao misterioso golpe de lança, ao enterro. Vê de perto o lado de Jesus aberto. Abraça-o sem dúvida como devia um dia fazer S. Francisco (Haurietis aquas in gaudio).
S. João é o herdeiro de Jesus, que lhe legou a sua mãe e necessariamente com ela a casa de Nazaré e as recordações.
Jesus disse a Pedro que João deve esperá-lo e recebê-lo sobre a terra. Voltarão a ver-se em Patmos. João irá reencontrar lá o divino Cordeiro com o lado ferido: Agnum occisum... quem pupugerunt.
Ó divina amizade, que merece uma contemplação e uma admiração eterna! (Leão Dehon, OSP 4, p. 591s.).

Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Tu, segue-me!» (Jo 21, 22).



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