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quarta-feira, 3 de junho de 2015

Comentários Prof.Fernando

Comentários Prof.Fernando*(2ºpósPent./10ºtempoComum 7junho2015
Os imperdoáveis

Que significa blasfemar?
·                    Sempre dizemos: Deus é bom e misericordioso, e tudo é capaz de perdoar. No entanto o próprio Jesus de Nazaré declarou: todos os pecados serão perdoados aos filhos dos homens, mesmo as suas blasfêmias; mas quem blasfemar contra o Espírito Santo jamais terá perdão. “Blasfêmia” é uma palavra ou frase injuriosa contra a fama do outro, e aplicada especialmente quando chama mentira o bem que vem de Deus (todo bem vem de Deus). É sinônimo de praga ou maldição segundo o dicionário. A atitude básica do blasfemador é a vontade de amaldiçoar o outro. É o contrário da palavra boa que visa respeitar, elogiar ou bendizer (falar bem) do outro, desejando bênção (não maldição ou praga) e “tudo de bom” como se diz numa bonita expressão brasileira. Ou como se traduz em geral o Shalom, saudação judaica em que se deseja a paz acompanhada de felicidade, prosperidade, alegria, esperança, vida longa, saúde (=salvação), etc., etc.

“Quem blasfemar contra o Espírito Santo não terá perdão”
·                     (ver texto do evangelho de Marcos 3, vv. 20 a 35). Analisemos o contexto dessa dura afirmação de Jesus de Nazaré.  Nazareno. Quando aceitou dirigir-se como qualquer um do povo judeu diante do pregador João, o Batista, ele é solenemente apresentado como o Filho de Deus. Apesar disso era rejeitado tanto por parentes como pelos intelectuais (escribas) e outros líderes do povo. Desde o começo (v. 40dias no deserto e batismo de João no rio Jordão) ele tinha o Espírito como força interior que inundava todas as suas palavras e todos os seus gestos. No entanto seus familiares o consideravam louco ao vê-lo cercado pela multidão que nem lhe davam tempo de almoçar ou lanchar.
·                    Ora, toda os gestos e palavras do Mestre eram do Bem, livrando sobretudo os mais fracos da ameaça dos poderosos, dando-lhes coragem, saúde, ânimo e integrando-os na fraternidade desejada por Deus. Estes eram os Sinais (que nós em geral chamamos de “milagres”) do novo “Reino de Deus” que anunciava. Viram Jesus dizendo e fazendo o bem, mas sem reconhecer que com ele ou nele estava o Espírito. Isso equivalia a negar a presença do Espírito. Essa rejeição da presença do Criador nas “evidências” ou sinais do Bem e do Reino constituía ofensa contra a inocência divina. E torna-se blasfêmia por atribuir seu poder à figura, não de Deus que une e reúne, mas de quem divide (dia-bolos, também conhecido pelo nome de “imperador (príncipe) do mal”. A pior praga que se pode rogar é chamar o bem de mal. Praguejaram chamando o Espírito que agia em Jesus de “Belzebú”. Aí estava o “pecado contra o Espírito Santo“.
·                    Não há perdão para quem não aceita o Bem que está à sua frente, a dois palmos do seu nariz. Não ter perdão significa não conseguir salvação ( quem não crer já está condenado, não acha sua salvação – cf.Marcos 16,16 quem não crê já está condenado (...) Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, pois as suas obras eram más – cf. João 3,18-19). Não é Deus que condena, é uma autocondenação: simplesmente não há como salvar quem escolhe fechar os olhos para não enxergar o que apontam os “Sinais”, quem prefere as “trevas” escolhendo fazer o mal.
·                    Na leitura de Gênesis vemos outra parábola sobre o significado do termo “pecado”. O culpado (na figura de Adão) não pode nem “escutar os passos” daquele que gostava de passear com o ser humano à tardinha pelo jardim. Adão agora se esconde e tem medo de seu melhor amigo e criador. Isso é o amar mais a escuridão do que a luz. É, como dizemos, querer tapar o sol com a peneira.
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O contrário da blafêmia
·                    Lembremos que Jesus pedia a todos para “crer”, confiar, olhar para seu rosto humano (nele se vê o próprio rosto de Deus – Felipe quem me vê, vê o Pai, cf.discursos da última ceia). Era esse olhar confiante (crer) que ele pedia às pessoas procurando cura. Tamanha fé Jesus encontrou num romano e esse Crer deve ser perceber os Sinais – os dois exemplos: Lucas 7. Era a pergunta feita aos cegos que viviam “à beira do caminho” e à margem da sociedade (idem, cap.18). Foram os desprezados samaritanos e os “misturados”, quase pagãos, provenientes da Galileia (cheia de “estrangeiros”) os que acreditaram e acolheram os Sinais (cf. João 4). O mesmo “Crer” era pedido aos discípulos. Veja-se o diálogo – típico – com o cego de nascença em João 9, onde também se apresenta a reação de incredulidade – típica – na figura dos fariseus, “cegos” que não querem ver. O mesmo Crer ele pede após superar a morte pela ressurreição (por ex.: Tomé e os dois “desanimados” que voltavam para Emaús).

Cristãos e não cristãos: navegar é preciso, acreditar é preciso
·                    No segundo texto (2coríntios,cap.4) lemos o que escreveu Paulo de Tarso: Possuindo o mesmo espírito de confiança/fé, como está escrito (cf.salmo116,10): “eu guardei confiança, então falei” também nós CREMOS e por isso falamos sabendo que aquele que despertou da morte para a vida o Senhor Jesus também nos chamará da morte para a vida com ele.
·                    Recordemos a reflexão do teólogo e filósofo Agostinho de Hipona (séc.V), numa de sua obras (sobre o Batismo, polemizando contra o movimento donatista de seu tempo): no final do Livro 5 (cf. nº 27.38) ele conclui com a interpretação de expressões contidas no Cântico dos Cânticos aplicando-as Igreja de Cristo: “Há os que ainda vivem na maldade, nas heresias e superstições dos pagãos; e, todavia, também entre eles o Senhor sabe quem são os seus. Com efeito, na indescritível ciência divina, muitos que parecem fora, estão dentro, e muitos que parecem dentro, estão fora”.
·                    Essa Fé, esse Crer, é o que Deus pede a todo ser humano (como discursou Pedro em Atos 10: em toda nação Deus se comprar com quem o reverencia e faz o que é justo). Esse acreditar é não ficar fechado aos Sinais do Espírito no mundo, e é proposto a todos. Mas, de modo particular aos cristãos, aos batizados, aos que assumem Crer.
·                    O resto é blasfêmia. A que escancara os portões da corrupção e da guerra. E induz ao desprezo pela vida, seja nos barcos que afundam milhares de refugiados e migrantes, seja na roça ou nas cidades de nosso país.


oooooooooo ( * ) Prof.(1975-2012-Edu/Teo/Fil) fesomor2@gmail.com

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