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domingo, 5 de julho de 2015

A messe é grande-Dehonianos

07/07/2015
Tempo Comum - Anos Ímpares - XIV Semana - Terça-feir

Lectio
Primeira leitura: Génesis 32, 22-32 (hebr 23-33)
Naqueles dias, Jacob 23levantou-se de noite, tomou as suas duas mulheres, as duas escravas e os seus onze filhos, e passou o vau de Jaboc. 24Ajudou-os a atravessar a torrente, e passou tudo o que lhe pertencia. 25Jacob tendo ficado só, alguém lutou com ele até ao romper da aurora. 26Vendo que não podia vencer Jacob, bateu-lhe na coxa, e a coxa de Jacob deslocou-se, quando lutava com ele. 27E disse-lhe: «Deixa-me partir, porque já rompe a aurora.» Jacob respondeu: «Não te deixarei partir enquanto não me abençoares.» 28Perguntou-lhe então: «Qual é o teu nome?» Ao que ele respondeu: «Jacob.» 29E o outro continuou: «O teu nome não será mais Jacob, mas Israel; porque combateste contra Deus e contra os homens e conseguiste resistir.» 30Jacob interrogou-o, dizendo: «Peço-te que me digas o teu nome.» «Porque me perguntas o meu nome?» - respondeu ele. E então abençoou-o. 31Jacob chamou àquele lugar Penuel; «porque vi um ser divino, face a face, e conservei a vida» - disse ele. 32O sol principiara a levantar-se, quando Jacob deixou Penuel, coxeando por causa da sua coxa. 33É por isso que os filhos de Israel não comem, ainda hoje, o nervo ciático que está na cavidade da coxa - porque Jacob foi ferido no nervo ciático da coxa, que ficou paralisado.
Jacob, homem astuto, egoísta e titânico, despojou o irmão da herança, e teve que fugir para a Mesopotâmia. Aí reuniu uma imensa fortuna à custa de Labão, criando novo conflito. Obtido um acordo (31, 43-54), estando já próximo da terra dos pais, enviou mensageiros ao irmão Esaú «para obter a sua benevolência» (32, 6). A resposta foi a notícia da próxima chegada de Esaú com quatrocentos homens (v. 7). Jacob assusta-se e enche-se de angústia, abrindo-se à oração: «Ó Deus… salva-me, por favor, da mão do meu irmão Esaú» (10-13). A palavra de promessa não serena Jacob, mas também não o fecha em si mesmo, pois pressente uma presença que o guarda e defende. O combate noturno, com o resultado obtido, é sinal da vitória de Jacob sobre todos os seus inimigos, incluindo a angústia que o atormenta, e confirma que a sua esperança é certa. Deus não o abandona. O nome de Israel, que Jacob assume depois do combate nocturno, porque, como diz o Senhor, «combateste contra Deus e contra os homens e conseguiste resistir», evoca um passado de lutas e de vitórias sobre forças inimigas. Deus defendeu Jacob de Esaú e de Labão. Jacob-Israel tem consigo a bênção divina, tal como Abraão. Por isso, tem esperança!
O combate nocturno é, para Jacob, a entrada no mistério de Deus: «vi um ser divino, face a face, e conservei a vida» (v. 31). Entra no mistério de Deus por meio de uma luta na qual suplica, reza e se entrega nas mãos do antagonista, pois se vê obrigado a revelar o nome, enquanto o “adversário” esconde a sua identidade. Apenas a sua palavra o revela! Jacob mede forças com um Deus presente, mas misterioso, obscuro. Mas a sua persitência na luta, reconhecendo serenamente a sua condição de criatura, “obriga” Deus a abençoá-lo, a acolher as suas preces e a fazer brilhar um novo dia de salvação para um “homem novo”: «O teu nome não será mais Jacob, mas Israel; porque combateste contra Deus e contra os homens e conseguiste resistir» (v. 29). Israel significa «Deus é forte». Esse nome, dado a Jacob indica que Deus está com ele. Israel continuará a lutar por saber quem é Deus, embora o tenha no próprio nome.

Evangelho: Mateus 9, 32-38
Naquele tempo, apresentaram-lhe um mudo, possesso do demónio. 33Depois que o demónio foi expulso, o mudo falou; e a multidão, admirada, dizia: «Nunca se viu tal coisa em Israel.» 34Os fariseus, porém, diziam: «É pelo chefe dos demónios que Ele expulsa os demónios.» 35Jesus percorria as cidades e as aldeias, ensinando nas sinagogas, proclamando o Evangelho do Reino e curando todas as enfermidades e doenças. 36Contemplando a multidão, encheu-se de compaixão por ela, pois estava cansada e abatida, como ovelhas sem pastor. 37Disse, então, aos seus discípulos: «A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. 38Rogai, portanto, ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para a sua messe.»
Ao narrar a cura de um mudo, e ao referir a reacção dos adversários de Jesus, Mateus antecipa a luta renhida que o Senhor irá travar com os seus inimigos, e que será amplamente abordada no capítulo 12, a fim de preparar, para ela, os seus leitores. Além desta razão pedagógica, Mateus tem uma razão teológica. Fora anunciado que o Messias, entre outros prodígios, faria ouvir os surdos e falar os mudos, situações atribuídas ao demónio, inimigo do homem. Se Jesus realiza tais maravilhas, libertadoras da escravidão e limitações humanas, quebra o poder de Satanás, e só pode ser o Messias. O povo, mais propenso a reconhecer as maravilhas de Deus, reage com admiração. Os fariseus atribuem tais maravilhas ao poder satânico, que, segundo eles, actua por meio de Jesus. 
Mateus, logo a seguir, introduz o tema da missão, apresentando a itinerância de Jesus. Ele não permanece num determinado lugar, à espera dos discípulos, como faziam os rabis, mas percorre a Galileia, e vai até à terra dos gentios, proclamando o evangelho e curando todas as doenças (cf. v. 35). Há, em tudo isto, um ar de universalidade.
O centro do nosso texto é aquele em que o evangelista capta o coração de Cristo que se enche de compaixão pela multidão cansada e abatida, «como ovelhas sem pastor» (v. 36). Para compreender bem este «encher-se de compaixão», convém saber que essa expressão traduz o verbo grego splanknízomai reservado à expressão dos sentimentos de Jesus e do Pai. Esse verbo expressa o amor materno de Jesus para connosco. O nosso sofrimento toca-o até ao ponto de o fazer com-padecer-se, com-sofrer connosco, de carregar sobre si as nossas dores, no seu mistério de morte e ressurreição.
Jesus convida os discípulos a rezar ao Pai para que suscite pessoas dispostas a segui-Lo na tarefa da evangelização, semelhante ao trabalho da ceifa, pela sua urgência.

Meditatio
Os Padres da Igreja leram o episódio referido na primeira leitura como uma provação espiritual imposta por Deus a Jacob. A luta começou ao anoitecer e prolongou-se durante toda a noite: «Jacob tendo ficado só, alguém lutou com ele até ao romper da aurora.» (v. 25). Foi uma luta na escuridão da noite, mas, sobretudo, da consciência: «Peço-te que me digas o teu nome» (v. 30). Jacob não sabia com quem lutava. Seguiu o caminho escolhido. Mas Deus chamou-o a uma mudança interior por meio de uma luta com ele, uma luta prolongada e dura. Lembrando-nos de Abraão, podemos dizer que, também Jacob, teve de subir o seu monte Moriá, onde, depois de uma agonia de sofrimento e de obediência, Deus lhe confirma a sua promessa e a sua bênção.
Abraão, embora tendo que lutar, pressente que o adversário não tem intenções malévolas, e compreende confusamente que Deus está próximo dele. Por isso, pede a bênção: «Não te deixarei partir enquanto não me abençoares» (v. 27). Jacob recebe, então, a bênção e um nome novo. Depois de lutar com Deus, viu confirmada a sua vocação. Agora, é um homem novo, um homem de Deus.
No caminho espiritual de cada um de nós, acontece algo de semelhante. Escolhido o caminho, e feita a opção, logo surgem dificuldades. As certezas iniciais parecem evaporar-se, e surge a tentação de abandonar tudo. Então, é preciso lutar para permanecer firme nas próprias opções tomadas depois de cuidadoso discernimento espiritual. A noite escura da fé, de que falam S. João da Cruz e tantos outros místicos, é uma dessas situações em que podemos vir a encontrar-nos, particularmente quando já avançámos no caminho da santidade. O caminho espiritual será sereno e tranquilo se estivermos dispostos a aceitar, com abandono e confiança, os momentos difíceis que Deus permite para nos purificar. Também nisto, Jesus é o nosso modelo. A sua vida não teve só momentos de intimidade com o Pai e de exultação pela sua presença e acção de graças amorosa. A vida cristã, e particularmente «a vida reparadora será, por vezes, vivida na oferta dos sofrimentos suportados com paciência e abandono, mesmo na noite escura e na solidão, como eminente e misteriosa comunhão com os sofrimentos e com a morte de Cristo pela redenção do mundo» (Cst 24). «Para Glória e Alegria de Deus» (Cst 25).

Oratio
Senhor Jesus Cristo, dá-nos a graça de compreender que a nossa cooperação na obra da redenção, além de se chamar apostolado, mais cedo ou mais tarde, também se há-de chamar sofrimento, solidão e noite escura, imolação e morte. Dá-nos o teu Espírito Santo para que a nossa vida, mesmo nessas circunstâncias, continue a ser reparadora na oferta, na paciência e no abandono, na disponibilidade e na imolação, em comunhão com a tua paixão e morte redentoras, em favor dos irmãos. Contemplando o teu Coração aberto, sentimo-nos animados a percorrer o caminho, onde sabemos que nos precedeste, para nossa salvação e redenção do mundo. Amen.

Contemplatio
S. João não apenas compadeceu no martírio de Jesus, ele mesmo foi mártir. Nosso Senhor tinha-lhe predito: «Bebereis o mesmo cálice que eu, tinha-lhe dito, e sereis baptizados no mesmo baptismo». S. João foi, como Jesus, preso, encadeado e condenado. Sofreu o suplício do azeite a ferver. Foi enviado em exílio para Patmos. Diz-nos no Apocalipse: «Eu, João, vosso irmão, participei nas tribulações dos mártires e na sua paciência; fui atirado para a ilha de Patmos para dar testemunho de Jesus Cristo, cujo Evangelho pregava» (Ap 1, 9). S. João é para nós o modelo da reparação e da imolação, como é o modelo do amor do Salvador. Amou a reparação e o sacrifício. Esteve no martírio com alegria. Tinha ouvido Jesus dizer aos apóstolos: «Devo ser baptizado com o baptismo do meu sangue e tenho pressa que isso aconteça». Tinha ouvido também o «Surgite eamus», - levantai-vos e vamos ao encontro do traidor». Como é que não teria desejado também as provações que deviam torná-lo semelhante ao seu bom Mestre? (Leão Dehon, OSP 3, p. 407).

Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Mandai, Senhor,trabalhadores para a vossa messe» (cf. Mt 9, 38).


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