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quarta-feira, 15 de julho de 2015

E ordenou-lhes que não dissessem quem ele era-Padre Antonio Queiroz

18        de julho- Sábado - Evangelho - Mt 12,14-21




E ordenou-lhes que não dissessem quem ele era, para se cumprir o que foi dito.
Neste Evangelho, Jesus se apresenta a nós como o Servo de Javé, nome que os profetas davam ao futuro Messias.
“Os fariseus saíram e fizeram um plano para matar Jesus.” Saíram de onde? Da sinagoga em que Jesus acabara de curar um homem que tinha a mão seca, num sábado.
“Ao saber disso, Jesus retirou-se dali. Grandes multidões o seguiram, e ele curou a todos.” Esses milagres provam que ele é o Messias. Por isso, Jesus “ordenou-lhes que não dissessem quem ele era, para se cumprir o que foi dito”. Trata-se da profecia de Isaías (Is 42,1-4) que apresenta o Messias como o Servo de Deus Pai, muito querido e amado, e chamado por Deus Pai para trazer o direito à terra e trazer também a esperança para as nações. Não se constrói o direito, nem se traz esperança, através da guerra e da violência, mas sim pelos humildes caminhos da paz.
E Deus Pai fala que seu Servo será pacífico e acolhedor: “Não discutirá, nem gritará, e ninguém ouvirá a sua voz nas praças”. Foi exatamente o comportamento de Jesus em sua paixão e morte. Foi “como um cordeiro levado ao matadouro”. Isso porque o cordeiro não berra, mas fica em silêncio, quando alguém vai matá-lo. A paz é possível, sempre é possível, até na hora da maior injustiça, que é nos matar.
“Não quebrará o caniço rachado, nem apagará o pavio que ainda fumega.” Um caniço rachado é como uma pessoa que já está noventa por cento na perdição. Jesus não condena, mas procura levantar essa pessoa. O pavio que ainda fumega é o mínimo de bem que uma pessoa má e criminosa, uma pessoa que já está no fundo do poço, ainda carrega dentro de si. Jesus vai direto naquele mínimo de bem que a pessoa ainda tem, e a ajuda a se levantar.
Logo na frente, Isaías faz outra referência , com as seguintes palavras:  O Senhor Deus é o meu aliado, por isso jamais ficarei derrotado. Fico de rosto impassível, duro como pedra...” (Is 50,4-7).
Hoje somos nós os servos e servas de Javé. Temos aí um ideal, um caminho para trilharmos e uma meta para alcançarmos.
Quando ele se transfigurou, pediu também que não contassem para ninguém, pois ali apareceu um pouco do seu esplendor divino.
Os judeus lhe pediam um sinal de que ele era o Messias, mas ele disse que lhes daria o “sinal de Jonas”. Jonas ficou três dias no fundo do mar e reapareceu vivo; Jesus ficou três dias debaixo da terra e reapareceu vivo. Só que essa prova foi tarde demais para os judeus, pois já haviam cometido o maior crime da humanidade: matar o Filho de Deus.
Jesus sempre procurou manter-se dentro das limitações de qualquer ser humano, para que a encarnação acontecesse em toda a sua amplitude.
Não vale aquela desculpa: “Jesus agiu assim, porque era Deus”. Nada disso! Ele permaneceu firme como homem, dentro de todas as fraquezas que nós temos. Portanto, nós também temos condições de imitá-lo.
“Cristo, mesmo sendo Filho, aprendeu o que significa a obediência, por aquilo que ele sofreu. Mas, quando levou a termo sua vida, tornou-se causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem” (Hb 5,8-9). Em outras palavras, o próprio Deus desceu à terra e tornou-se um homem. Deu-me o Senhor Deus uma língua habilitada, para que aos desanimados eu saiba ajudar com uma palavra. Toda manhã ele desperta meus ouvidos para que, como bom discípulo, eu preste atenção. O Senhor Deus abriu-me os ouvidos, e eu não fiquei revoltado, para trás eu não andei. Apresentei as costas aos que me queriam bater, ofereci o queixo aos que me queriam arrancar a barba e nem escondi o rosto dos insultos , enfrentando todas as tentações do homem, com as mesmas limitações do homem, e venceu. E a sua vitória trouxe-nos esperança, esperança de que nós também podemos fazer o mesmo, apesar de vivermos nesse mundo cheio de tantas injustiças.
Havia, certa vez, na antiguidade, um homem que tinha o apelido de Sr. Palha. Isso, de tão magro que ele era. Se desse um vento, seria levado para longe como uma palha. Ele não tinha mulher, filhos, casa, nada.
Um dia, Sr. Palha estava andando numa estrada, e viu um ratinho branco no chão. Como era filhote, com certeza ia morrer ali. Ele ficou com dó, pegou o ratinho e foi levando na mão, sem saber o que fazer com ele.
Logo na frente, encontrou uma florista, acompanhada do seu filhinho. O menino viu o ratinho e se interessou por ele. Sr. Palha deu o ratinho de presente para o menino. A mãe ficou tão agradecida que tirou o pano que cobria sua cesta e lhe deu uma rosa, a mais bonita.
Sr. palha continuou caminhando e, na frente, viu um rapaz sentado num toco, com a cabeça entre as mãos, com ar de muito preocupado. Sr. Palha perguntou qual o problema. Ele disse: “Hoje quero pedir minha namorada em casamento e não tenho nada para lhe dar!” “Se esta flor serve, pode ficar com ela”, respondeu o Sr. Palha. O moço ficou muito agradecido e deu a ele três laranjas que trazia consigo.
Sr. Palha continuou caminhando, com aquelas suculentas laranjas. Mais na frente, encontrou-se com um mascate. Estava cansado de carregar a sua pesada mala, e com muito sede. Sr. Palha lhe deu as três laranjas. Ele ficou tão grato que abriu a sua mala e lhe deu uma bela peça de seda. Sr. Palha continuou caminhando, sem saber o que fazer com a seda. Não andou 200 metros e viu uma linda carruagem que vinha ao seu encontro. Trazia uma princesa. Ela, que estava com o olhar sombrio, foi só ver a seda nas mãos do Sr. Palha, seus olhos brilharam e ela deu um sorriso. Sr. Palha percebeu que ela gostou e disse: “Eu teria o maior prazer se vossa alteza aceitasse esse pano de presente”. “O senhor é muito generoso” – respondeu a princesa. “Aceito o presente. Eu estou precisando de um secretário e estou procurando um homem como o senhor. Quer vir morar no palácio?”
Pronto, Sr. Palha aceitou e logo deixou de ser palha, porque engordou, comendo do bom e do melhor. (Lenda japonesa).
Quando fazemos o outro feliz, nós sempre saímos ganhando. E nada melhor para o nosso próximo do que nos comportarmos como servos e servas do Senhor, servos pacíficos e humildes.
Maria Santíssima apresentou-se ao Anjo Gabriel como a Serva do Senhor. Que a imitemos. Santa Maria, rogai por nós!
E ordenou-lhes que não dissessem quem ele era, para se cumprir o que foi dito.


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