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domingo, 16 de agosto de 2015

Eles dizem e não fazem-Dehonianos

22/08/2015
Tempo Comum - Anos Ímpares - XX Semana - Sábado
Lectio
Primeira leitura: Rute 2, 1-3.8-11; 4, 13-17
1Noemi tinha um parente por parte do seu marido, Elimélec; era um homem poderoso e rico, chamado Booz. 2Rute, a moabita, disse a Noemi: «Por favor, deixa-me ir respigar nos campos de alguém que queira acolher-me com bondade.» E ela respondeu-lhe: «Vai, minha filha.» 3Ela foi e entrou num campo, respigando atrás dos ceifeiros. Aconteceu que aquele campo era propriedade de Booz, parente de Elimélec. 8Booz disse a Rute: «Já ouviste, minha filha. Não vás respigar noutro campo; não te afastes deste e junta-te às minhas servas. 9Repara no campo por onde vão a ceifar e vai atrás delas. Pois ordenei aos meus servos que não te incomodem. E se tiveres sede, vai à bilha e bebe da água que eles tiverem trazido.» 10Rute, prostrando-se por terra, disse-lhe: «Porque encontrei tal bondade da tua parte, tratando-me como natural, a mim que sou uma estrangeira?» 11Replicando, Booz disse-lhe: «Já me contaram tudo o que fizeste pela tua sogra, depois da morte do teu marido: como deixaste o teu pai, a tua mãe e a terra onde nasceste e vieste para um povo que há bem pouco nem conhecias. 13Booz tomou, pois, Rute, que se tornou sua mulher. Juntou-se a ela e o Senhor concedeu-lhe a graça de conceber e dar à luz um filho. 14As mulheres diziam a Noemi: «Bendito seja o Senhor, que não te recusou um parente de resgate, neste dia. Que o seu nome seja proclamado em Israel. 15Ele te dará a vida e será o arrimo da tua velhice, porque nasceu um menino da tua nora, que te ama e é para ti mais preciosa do que sete filhos.» 16Noemi recebeu o menino e colocou-o no seu regaço, tornando-se a sua ama. 17As suas vizinhas, congratulando-se com ela, diziam: «Nasceu um filho a Noemi.» E deram-lhe o nome de Obed. Este foi pai de Jessé e avô de David.
Escutamos hoje um belíssimo texto bíblico, que revela o amor de Deus, que não faz acepção de pessoas, e quer tornar o seu povo participante do seu amor de Pai para com todos. A inserção de uma estrangeira numa família israelita, graças ao matrimónio por levirato, e, mais ainda, na linha davídica, traça um caminho pedagógico nessa direcção.
O encontro com Booz, sugerido, não só pela necessidade, mas também pela intuição feminina (2, 1-11), está envolto pela força moral da moabita que encontra graça diante de Booz por causa do amor profundo demonstrado para com Noemi (v. 11). A narração do capítulo 3, onde transparece a responsabilidade de Noemi em relação a Rute, é o horizonte do que a liturgia nos propõe logo a seguir (4, 13-17). Esse capítulo ajuda também a compreender o desenrolar dos acontecimentos, guiados pela confiança no Senhor, que ilumina e inspira as opções. Estas levam ao casamento de Booz com a moabita, comparada a Raquel e a Lia, progenitoras da casa de Israel (4, 11). O texto, além de realçar as figuras de Booz e de Rute, cuja descendência continua no filho que «o Senhor lhe concedeu conceber», mas também realça Noemi, bendita pelo seu povo. A sua vida, e a da nora, são prova do amor fiel e da presença actuante de Deus no meio do seu povo.

Evangelho: Mateus, 23, 1-12
Naquele tempo, Jesus falou à multidão e aos seus discípulos, dizendo: 2«Os doutores da Lei e os fariseus instalaram-se na cátedra de Moisés. 3Fazei, pois, e observai tudo o que eles disserem, mas não imiteis as suas obras, pois eles dizem e não fazem. 4Atam fardos pesados e insuportáveis e colocam-nos aos ombros dos outros, mas eles não põem nem um dedo para os deslocar. 5Tudo o que fazem é com o fim de se tornarem notados pelos homens. Por isso, alargam as filactérias e alongam as orlas dos seus mantos. 6Gostam de ocupar o primeiro lugar nos banquetes e os primeiros assentos nas sinagogas. 7Gostam das saudações nas praças públicas e de serem chamados ‘mestres’ pelos homens. 8Quanto a vós, não vos deixeis tratar por ‘mestres’, pois um só é o vosso Mestre, e vós sois todos irmãos. 9E, na terra, a ninguém chameis ‘Pai’, porque um só é o vosso ‘Pai’: aquele que está no Céu. 10Nem permitais que vos tratem por ‘doutores’, porque um só é o vosso ‘Doutor’: Cristo. 11O maior de entre vós será o vosso servo. 12Quem se exaltar será humilhado e quem se humilhar será exaltado.

No texto, que hoje escutamos, atinge o auge a polémica entre Jesus e os escribas e fariseus, que vem crescendo desde o c. 21. Dirigindo-se directamente à multidão e aos discípulos, Jesus previne-os contra o perigo que o Evangelho sempre corre na história: a discrepância entre o dizer e o fazer, entre o ensinamento e o testemunho. Jesus não pretende esmagar pessoas, ou confundir doutrinas. Pretende apenas denunciar a hipocrisia, isto é, a interpretação e a prática aberrantes de uma doutrina, em si, correcta. Os fariseus e escribas apoderaram-se da autoridade de ensinar, legislaram para os outros, mas não cumprem o que dizem. Pelo contrário, «tudo o que fazem é com o fim de se tornarem notados pelos homens» (v. 5). Nos versículos 8-12, Jesus passa a usar o «vós» para interpelar directamente os seus discípulos, de ontem e de hoje. A verdadeira grandeza dos cristãos está em ser pequeno, e a verdadeira glória, em ser humilde. Os títulos e as honras são relativos, porque «só é o vosso Mestre» e «um só é o vosso ‘Pai».

Meditatio
Rute reconhece a sua indigência de viúva e de imigrante numa terra que não era a dela. Essa situação não a deprime. Com muita dignidade, procura ganhar o alimento para ela e para a sogra, Noemi. Para isso, pede-lhe que a autorize a ir respigar no campo de alguém que lho permita: «Deixa-me ir respigar nos campos de alguém que queira acolher-me com bondade» (v. 2). É humilhante ter que ir respigar, por não ter o necessário para viver. É humilhante estar em situação de dependência da compaixão dos outros. Rute aceita tudo com humildade, com simplicidade. Quando Booz se interessa por ela, não se mostra orgulhosa, mas prostra-se e diz: «Porque encontrei tal bondade da tua parte, tratando-me como natural, a mim que sou uma estrangeira?» (v. 10). Reconhece que não tem qualquer direito, que nada merece. Mas, por causa dessa atitude humilde, dá consigo no verdadeiro caminho para a glória divina. Tendo-se humilhado, será exaltada, terá a honra de ser mãe, e de ter como descendente David e, finalmente, Jesus Cristo.
É assim que o Antigo Testamento nos coloca no caminho da humildade, que nos permite receber os dons de Deus, com pureza de coração, e de caminhar para a plenitude da vida.
«Quem se exaltar será humilhado e quem se humilhar será exaltado», diz Jesus no evangelho (v. 12). A humildade atrai a misericórdia de Deus. A soberba afasta-a. Jesus, tão misericordioso para com os pecadores que reconhecem a sua situação, mostra-se severo para com os orgulhosos, para com aqueles que se julgam justos. Os que reconhecem o seu pecado, abrem-se ao perdão e ao amor benevolente de Deus. Para aqueles que não o reconhecem, Deus nada pode fazer. A graça não consegue penetrar na auto-suficiência dos orgulhosos, dos convencidos dos seus próprios méritos.
É por isso que Jesus critica os que fazem tudo para «se tornarem notados pelos homens» (v. 5), os que gostam dos lugares de honra, dos primeiros lugares, de serem cumprimentados... «Deus resiste aos soberbos», diz o livro dos Provérbios.

Oratio
Virgem Maria, humilde serva do Senhor, obtém-me a graça da humildade. Porque tenho consciência da minha fraqueza e do meu pecado, dá-me também a graça de ser coerente, aceitando as humilhações que o Senhor permitir caírem sobre mim. Desse modo, serei mais parecido com Jesus Cristo, teu filho, manso e humilde de coração. Amen.

Contemplatio
Maria encontra algumas honras no Templo, porque Deus compraz-se em exaltar os humildes. Mas ela não as procurou. Foi lá com a mais perfeita humildade. Vai purificar-se, ela, a Mãe de toda a pureza. Vai purificar-se, ela, cuja maternidade aumentou maravilhosamente a pureza em vez de a diminuir. Ela, a Virgem das virgens, tornada por milagre Mãe de Deus, faz-se purificar!... Ela que é bendita entre todas as mulheres e da qual foi dito profeticamente que o fruto das suas entranhas era santo... Não salvaguardou ela a sua virgindade, ao declarar ao anjo que preferia renunciar a toda a glória e a todo o privilégio antes que a perder? Podia pedir ao sumo sacerdote a dispensa desta cerimónia humilhante. Os milagres recentes de Belém teriam bastado para justificar o seu pedido. Mas não, ela avança humildemente despojada aos olhos dos homens da sua glória de Virgem Mãe, submete-se a uma lei que atingia todas as mães, excepto aquela que trazia ao mundo a verdadeira Purificação pelo seu Divino Filho. Cora por passar por uma Mãe como outra qualquer, mas vem. É tão bom obedecer e praticar um acto de humildade! Onde é que eu estou a respeito desta bela virtude da humildade que triunfa nos corações de Jesus e de Maria? Não se encontra muitas vezes ferida no meu? Em vez de procurar a humildade, por hábito, por virtude, sob a acção do Espírito Santo e na imitação de Jesus e de Maria, não é que eu procuro todas as satisfações da vaidade e do amor-próprio? (Pe. Dehon, OSP 3, p. 120s.).

Actio
Repete frequentemente e vive hoje a Palavra:
«Quem se exaltar será humilhado 
e quem se humilhar será exaltado» (Mc 23, 12).


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