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domingo, 15 de novembro de 2015

Comentários Prof.Fernando

Comentários Prof.Fernando*               
33ºdomingo (tempo Comum) – 15 de novembro de 2015
Meus pensamentos são de paz e não de aflição.
Eu vos trarei de vosso cativeiro, de onde estiverdes
(cf. Jr 29,11.14 – estribilho para a entrada)
é o fim do mundo?
·                    A nova tragédia em Paris, a longa noite do 13 de novembro, pode ser a gota d’água para muitos cristãos. Parece-me já estar ouvindo amantes do fundamentalismo religioso (nessa questão cristãos se igualam aos líderes da facção terrorista no mundo islâmico) dizendo: “isso estava previsto por Jesus e pela Bíblia” !!! Aliás, os “viciados” em interpretações literais do Apocalipse já tinham, nas últimas semanas, motivos de sobra para suas fantasias fatalistas: terremotos, furacões e tempestades em todo o mundo; secas e inundações também no Brasil (onde também não falta o terrorismo nas “Linhas Vermelhas” e nas esquinas de São Paulo ou Porto Alegre; a lama que, em Minas, arrasa a vida de pobres e amarga os rios doces que ainda têm água entre colinas que já foram montanhas... ). Longe de Paris, outra catástrofe acontece no Brasil. Outro mar de lama escorre de Brasília e de outras cidades com suas prefeituras e seus vereadores: quando políticos debocham dos eleitores e querem aprovar leis para facilitar a corrupção.

o fim de Jerusalém e o fim do mundo
·                    O trecho de Marcos (cap.13,24-32) neste domingo é escrito no gênero literário chamado “apocalíptico”, inspirado no livro de Daniel (cf. 7,13-14). A primeira leitura de hoje é também tirada do cap. 12 de Daniel; (comparar com o livro do Apocalipse, por ex. cap.14). No verso 3, a conversa com 4 discípulos aponta a transitória beleza de Jerusalém (um dia será destruída e nem as pedras imponentes do Templo podem ser eternas). A mensagem do Mestre é: importa manter a fé em todas as circunstâncias sem se deixar enganar: vede que ninguém vos engane, porque muitos virão dizendo em meu nome: Eu sou o Cristo. E enganarão a muitos.
·                    O apocalíptico cap. 13 termina com clara orientação, dirigida não só a Pedro e André, Tiago e João, mas a todos os leitores, apontando para a consumação dos tempos, e que virá para todo mundo. Aqui também O Mestre ensina: o importante é perseverar na confiança, mesmo em dias sombrios de sofrimento por causa da Boa Nova (=eu-angélion).
·                    Sobre os tempos de dor, caos e desânimo não há imagens mais fortes do que terremotos no chão e o céu desabando sobre a cabeça (no plano da natureza). Do que as guerras (no plano da convivência entre nações). Do que perseguições (e traições dos mais próximos e familiares no plano das convições, da ética e da consciência). Esta é uma boa descrição do “fim do mundo”. Porém, por mais catastróficas que sejam as situações na vida, a mensagem do Mestre de Nazaré é de encorajamento porque a vitória final é de Deus. Esta esperança é maior que quaisquer horrores que cubram o mundo e a vida. Esta consolação é como uma luz em meio à escuridão. É a certeza de que “o Filho do Homem está perto” (versos 26.29) de quem confia, motivo para firmar os pés, não desanimar e seguir em frente.
·                    O cap. 13 vai terminar com a grande advertência: “Vigiai”. Ela aparece no texto original  com três verbos diferentes, mas insistindo na mesma atitude fundamental: “olhai” bem (discernir), “acordai” (o contrário do sono) e “ficai atentos” (despertos, como sentinelas).
·                    O grande risco dos tempos difíceis, que até parece mais perigoso do que os sofrimentos em si, é dar ouvidos aos “messias” que aparecem, todo com a “solução final” (o termo lembra coisa de nazista matando os judeus): Então, se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo, ou: ele está ali, não acrediteis. Porque se levantarão falsos cristos e falsos profetas e eles farão sinais e prodígios para – se possível – enganar até os escolhidos! (versos 21 e 22).

Por que Deus não dá um jeito nisso?
·                    Muita gente tem raiva de Deus porque o considera responsável por tudo que acontece de ruim. Outros, mais fundamentalistas, chamam de “vontade de Deus” tudo o que acontece. Aí Deus é o responsável pelo mal e pela morte. Ora, não temos resposta para tudo nesta vida. Ao longo da história, religiões e filosofias, líderes e filósofos tentaram uma resposta sem sucesso. O drama de Jó, livro sapiencial da Bíblia, apresenta um velho conto sobre o sofrimento do inocente ou do justo. Alguns vizinhos e amigos de Jó seguem a teoria tradicional naquele tempo (muito seguida ainda hoje) chamada “doutrina da retribuição” que, em resumo, diz: Deus recompensa os bons atos com saúde e prosperidade, mas castiga com sofrimento o pecador (ou ele paga pelas besteiras de pais e outros ancestrais...). Jó também briga com Deus em suas queixas e diálogos reafirmando sempre sua inocência e seu esforço pois era justo e temente a Deus. Jó termina por renunciar a uma explicação, como quem diz: não posso compreender o que está além da minha pequena e limitada compreensão do mundo e da vida. Continua na fé fiel ao seu Deus. E a luta continua. O grande equívoco da investigação (filosófica ou teológica) sobre o problema do Mal é não saber distinguir entre: explicar o Mal e como agir diante da presença do mal. O primeiro objetivo faz parte da busca racional humana por entender o mundo. Mas o verdadeiro problema par nós é o que fazer, como agir, como reagir, como viver ou conviver com o mal no mundo.

Sobreviventes, entre terroristas e falsos profetas
·                    Em nosso país violência (contra mulheres, crianças, pobres e, afinal contra todos os cidadãos) e corrupção geram uma insegurança facilitadora do surgimento de falsos profetas. Eles estão por aí. Você pode vê-los (ou escutá-los). E eles estão milionários graças à contribuição dos aflitos, seus seguidores.
·                    Em Paris o 13 de novembro gera também muito (mas muito mesmo) medo. Sinal de que o terrorismo atingiu seu objetivo. E o medo pode servir para reforçar arames farpados – que já fecham fronteiras aos imigrantes e refugiados (curioso: nos EEUU muitos anos depois daquele trágico 11 de setembro, um pré-candidato à presidência americana propõe construir um muro na fronteira mexicana, além de expulsar imigrantes indocumentados). Na França e na Europa, já estão aparecendo profetas de soluções (definitivas) para o terrorismo e para migrantes e refugiados. A “solução” (final?) às vezes, além de não resolver, só faz aumentar o preconceito contra o estrangeiro e o refugiado ou o desânimo para o projeto da União Europeia e da livre circulação entre seus povos e nações.


oooooooooooooo ( * ) Prof.(Edu/Teo/Fil,1975-2012) fesomor2@gmail.com

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