-VOSSA LIBERTAÇÃO ESTÁ PRÓXIMA-José Salviano

1º DOMINGO ADVENTO

29 de Novembro de 2015-Ano C

Evangelho - Lc 21, 25-28.34-36

PRIMEIRA LEITURA

         Jesus é a fonte da Lei e da justiça na Terra. E se todos fossem justos, não haveria conflitos nem verbais nem armados, e todos nós viveríamos em plena paz.

SALMO

         Irmãs e irmãos. Entreguemos a nossa alma e nossa vida a Deus. Procuremos fazer a sua vontade para que Ele nos mostre o caminho a seguir, o que temos de fazer e como devemos agir, a cada dia que nos resta. Peçamos diariamente para que O Pai dirija os nossos passos, ilumine os nossos pensamentos, e governe a nossa vontade. Por nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.

SEGUNDA LEITURA

         A segunda leitura nos alerta para que fiquemos espertos, e  preparados para a segunda vinda do Senhor. No meio de tanto barulho, de tanta leviandade, precisamos estar atentos para nos manter de pé diante do Senhor quando Ele chegar. Precisamos estar firmes na prática da caridade, da oração, da leitura e reflexão sobre a palavra, e assim manteremos a nossa espiritualidade firme e autêntica como Deus o quer.

         Porém, a santidade não se fortalece pelas nossas próprias atitudes, mas acima de tudo pelo alimento que nos vem do Céu. Pelo pão descido do Céu, nossa alma se manterá fortalecida contra toda investida do demônio, contra toda sugestão maligna, contra toda maldade e injustiça do mundo que nos rodeia. Somente a Eucaristia tem o poder de nos fortalecer contra o nosso egoísmo, e contra todo o mal externo e interno, nos preparando assim para um dia merecermos o prêmio dos escolhidos.

         Somente através da Eucaristia constante, de preferência diária, é que temos força para vivermos na presença de Deus. Somente a Eucaristia nos dá a coragem de que precisamos para nos livrar de todo o mal e  vivermos de uma forma que agrade a Deus. Se você já está vivendo assim, parabéns. Mas se esforce para fazer progresso ainda maior.

         Prezadas irmãs, prezados irmãos. Que o amor entre nós seja puro sem falsidades, sem risos superficiais, sem piadinhas que no fundo revelam o que realmente pensamos do outro, sem falsidade, e acima de tudo sem visar nenhum interesse. Que o amor entre nós seja resplandecente, com aceitação dos defeitos  do outro, e atitudes de perdão, de fraternidade, sem espírito de competição, de inveja e de ciúmes.

Que o amor entre nós seja tão cristalino que todos ao nos olhar, sintam que realmente somos filhos de Deus e seguidores de seu Filho Jesus Cristo. Caso contrário, todo o nosso esforço para catequisar, não terá o resultado esperado! Caso contrário, ouviremos aqui e ali alguém dizer: Como pode um catequista fazer ou falar uma coisa dessas?

Lembremos que catequistas são todos os que estão na linha de frente da Igreja: Sacerdotes, freiras, diáconos, ministros... etc.

Caríssimos. A nossa santidade precisa ser sem defeitos aos olhos de Deus e dos irmãos. E as instruções de como devemos fazer para conseguir essa perfeição, estão todas nas escrituras, especialmente no Evangelho e nas cartas. Lá encontramos todas as dicas de como amar a Deus e ao irmão, e assim estar sempre de pé diante do Senhor.

EVANGELHO

No domingo passado enceramos o ano litúrgico. E neste domingo iniciamos outro ano, nesse dia que é o primeiro domingo do Advento. Portanto, hoje se inicia o tempo de espera. O tempo de expectativa  por Aquele que há de vir, e para esse dia precisamos estar preparados. E por isso precisamos prestar atenção nas palavras de Jesus. Prestar atenção no como fazer para que no fim dos tempos, estejamos entre aqueles que ficarão à sua direita.

As dicas de Jesus são muitas. Entre elas as seguintes:

Jesus nos ensinou que nossos irmãos e nossa mãe são todos aqueles que fizerem a vontade do Pai.  E que o nosso próximo, são todos aqueles que forem caridosos, como o bom samaritano.

É claro que todos são nossos irmãos, pois todos nós viemos de um só Pai. Assim como todos são nossos próximos. Porém, o que Jesus quis nos dizer nos seus ensinamentos, é que, na verdade, os que fazem a vontade do Pai são muito mais nossos irmãos, assim como  os que são caridosos são mais próximos de nós.

Portanto, para a nossa salvação, precisamos fazer a vontade do Pai, sendo caridosos, devotos e firmes na fé.  

O discurso escatológico de Jesus nos conduz a pensar no  fim de tudo.  O fim de nossa vida é acompanhado de uma tragédia mortal, de um caos, de muita dor e medo do desconhecido para o qual estamos indo. Muitos evitam pensar nisso, outros morrem de medo de quando essa hora chegar, outros se apavoram quando adoecem e lhes parece que nada mais resta senão sentar e esperar o dia da partida.  Esperar a hora, aquele momento o qual ninguém gostaria que chegasse. A hora mais difícil, a hora do fim da nossa existência terrestre.

         Mas na verdade, o que Jesus quer nos mostrar é que esta vida, este vale de lágrimas, não merece mesmo ser para sempre. E que ela termina de forma catastrófica, para em seguida sermos reerguidos pela mão do Pai que nos espera de braços abertos ou não. Para nos conduzir a uma nova vida. Mas isso depende de nós.

“Quando estas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima.”

Por mais que pensemos em desgraça final, é aí que nos enganamos, é aí que começa a nossa libertação de todo o sofrimento desta vida, e para o qual buscamos compensação através da gula, da embriaguez e do prazer carnal, assim buscamos compensar todas as dores. Jesus nos aconselha a estarmos preparados, fugindo de todo o mecanismo de compensação que costumamos lançar mão para esquecer as desventuras e decepções existenciais.  Porém, tudo isso é besteira, de nada adianta essas fugas e compensações. Porque do sofrimento não conseguimos escapar totalmente. Apenas conseguimos aliviar, remediar com os remédios. Porque de Deus ninguém consegue fugir. Ninguém consegue se esconder d’Dele! Ele agora está bem aí do seu lado. Não se esqueça disso nunca!

Tomai cuidado para não ficarem insensíveis por causa da gula,
da embriaguez e das preocupações da vida, e para que esse dia não caia de repente sobre vós; pois esse dia cairá como uma armadilha sobre todos os habitantes de toda a terra.

E é isso o que muitos fazem quase todos os dias, principalmente nos fins de semana. Comer, beber, buscar o prazer, e fazem tudo isso para compensar as falhas dessa vida desigual, dessa vida repleta de angústias e decepções.

Fazemos isso e dizemos que estamos aproveitando a vida. Mas na verdade estamos apressando a chegada da nossa morte. E o primeiro sinal disso é a nossa barriga que cresce a cada dia, fruto do nosso fígado inchado ou inflamado pela ingestão de muito álcool, e de outras substâncias químicas, as quais nos embriagam e nos faz parecer que estamos substituindo Deus, seus preceitos e suas promessas. Essa orgia é para esquecer-se de tudo o que não é agradável e que temos de enfrentar no nosso dia-a-dia durante o tempo que passamos nessa vida terrestre.  Trabalhar, aturar, comer errado, adoecer e morrer.

O Evangelho de hoje nos dá uma grande chacoalhada, para que caiamos na realidade, e nos voltemos imediatamente para os caminhos de Deus. Este texto nos chama à conversão imediata e sem reservas. Nos alerta para não mais ficarmos insensíveis aos chamados de Deus, para que não fiquemos acomodados praticando uma religiosidade meia boca, ou apenas sociais. Para que não fiquemos indiferentes à realidade em que vivemos e acima de tudo para que não fiquemos desatentos a presença de Deus em nossas vidas. Esse Deus que nos chama diariamente a conversão. Esse Deus que tolera os nossos tropeços, a nossa teimosia, os nossos pecados, mas exige que sejamos coerentes com relação à nossa conversão diária, porque Esse Deus nos ama, e quere que estejamos de pé diante d’Ele no dia da sua segunda volta, para que sejamos resgatados de todo o pecado, e para que possamos ser menos indignos das suas promessas.

Bom domingo.   José Salviano.