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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

5º Domingo do tempo Comum-Claretianos

Domingo, 7 de Fevereiro de 2016
Tema: 5º Domingo do tempo Comum
Isaias 6,1-2a. 3-8: Aqui estou, envia-me.
Salmo 137(138): Vou cantar-vos, antes os anjos, Ó Senhor, e ante o vosso templo vou prostrar-me.
Coríntios 15,1-11: É isso o que temos pregado e é isso o que crestes.
Lucas 5,1-11: Deixaram tudo e o seguiram.
1Estando Jesus um dia à margem do lago de Genesaré, o povo se comprimia em redor dele para ouvir a palavra de Deus.2Vendo duas barcas estacionadas à beira do lago, - pois os pescadores haviam descido delas para consertar as redes -,3subiu a uma das barcas que era de Simão e pediu-lhe que a afastasse um pouco da terra; e sentado, ensinava da barca o povo.4Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar.5Simão respondeu-lhe: Mestre, trabalhamos a noite inteira e nada apanhamos; mas por causa de tua palavra, lançarei a rede.6Feito isto, apanharam peixes em tanta quantidade, que a rede se lhes rompia.7Acenaram aos companheiros, que estavam na outra barca, para que viessem ajudar. Eles vieram e encheram ambas as barcas, de modo que quase iam ao fundo.8Vendo isso, Simão Pedro caiu aos pés de Jesus e exclamou: Retira-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador.9É que tanto ele como seus companheiros estavam assombrados por causa da pesca que haviam feito.10O mesmo acontecera a Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram seus companheiros. Então Jesus disse a Simão: Não temas; doravante serás pescador de homens.11E atracando as barcas à terra, deixaram tudo e o seguiram.
Comentário
O autor da primeira leitura situa a cena no tempo concreto, ano 740 a. C., que corresponde à morte do rei Osias (740 a. C.). O relato se divide em duas partes: A visão (vv 1-4) e a reação do profeta (vv. 5-8). Uma terceira parte, que foi excluída em nosso texto litúrgico (vv. 9-13), narra a missão recebida pelo profeta. Realmente todo o capítulo 13 forma uma unidade literária. Por sua similaridade com os relatos de vocação de Jeremias e Ezequiel que possuem essas mesmas três partes, alguns consideram este relato como de vocação. Contudo, o conteúdo nos leva a pensar em um relato de missão.
A cena começa a desenvolver-se provavelmente no templo de Jerusalém, onde o profeta recebe a visão de uma liturgia celeste. O profeta vê Javé com os traços de um rei exercendo o poder. Também sobressai uma linguagem de plenitude expressada em frases como “o rodado de seu manto enchia o templo”, “sua glória enche a terra toda” ... Os serafins (serafim = ardente), seres alados de fogo, que não são ainda os anjos da tradição posterior, estão acima do rei, em atitude e serviço. Os serafins entoam o canto do “santo, santo, santo”. A santidade de Deus se torna visível através de sua glória, e a glória de Deus se manifesta através de suas obras na criação e através de suas ações libertadoras em favor do seu povo.
Nos vv. 5-7 aparece a reação de Isaías ante a visão. O acento é colocado na impureza de seus lábios e a impureza dos lábios de seu povo. Sente-se perdido porque talvez não tenha falado no momento que devia, isto o torna impuro e incapacitado para exercer sua vocação de falar em nome de Javé. A exclamação angustiada que expressa conversão é atendida com um serafim que, através de uma brasa acesa, toca a boca para que lhe sejam perdoados seus pecados. Isaías então está habilitado de novo como profeta, não somente para falar mas para escutar a voz de Deus que busca um profeta. Passando da angústia do pecado à segurança de ser acreditado para a ação de profeta, responde de imediato “aqui me tens”, manifestando assim sua disponibilidade e pertença absoluta à vontade do Senhor.
Da carta aos Coríntios, todo o capítulo quinze tem como eixo temático a ressurreição, posta em dúvida no v. 12: “Como dizem alguns que não há ressurreição dos mortos?” Ao começar o capítulo, Paulo lembra a Boa Nova como o melhor presente entregue à comunidade de Corinto, presente que foi recebido e mantido pela fidelidade às palavras anunciadas. Aparece claro que o elemento comum aos cristãos de todos os povos, culturas e tradições é a palavra de Deus. O conteúdo da Boa Nova é descrito por Paulo citando um fragmento do primeiro credo cristão que tem a Cristo como protagonista, a solidariedade como testemunha, seu ponto de referência: a sua morte por nossos pecados, sua resposta solidária: as escrituras, a intervenção direta de Deus: sua sepultura e sua ressurreição, aparecendo a muitos. O Deus da vida e a vida de nosso povo é a razão de ser de toda vocação cristã, que é vocação a defender e acrescentar a vida. “Para que tenham vida e vida em abundância”.
No evangelho de hoje encontramos um diálogo entre Jesus e Pedro, simples e profundo ao mesmo tempo, diálogo que poderíamos dizer que é nosso em meio às águas tempestuosas deste mundo, enquanto nos esforçamos em nadar contra a corrente. Pedro, por profissão, era o especialista em saber o lugar e a hora precisa para pescar. Sabia que à noite e com águas tranquilas se pesca melhor, isso ele havia feito toda a noite e não havia pescada nada. Porém, chega Jesus e, sem ser pescador, lhe diz simplesmente que lance as redes para pescar.
Pedro, o especialista, poderia ter dito que não, que não era nem hora e nem lugar para pescar e tudo teria terminado aí. No entanto, cala sua experiência e sabedoria (pescamos a noite inteira); reconhece seu fracasso e desilusão (não pescamos nada) e “em nome de Jesus lança as redes”. E já conhecemos o final do relato: uma pesca maravilhosa! Quando Jesus pede a Pedro que “reme mar adentro” ele o convida a uma aventura que o leva mais além das praias cotidianas em busca de um horizonte muito mais amplo. E Pedro cresce pela palavra de Jesus. E este é o verdadeiro milagre: crer quando tudo parece ilógico. A abundante pesca e as redes cheias de peixes são somente a consequência da fé. Todos os relatos de milagres no evangelho começam com a fé ou a suscitam, é a condição para ver a ação de Jesus. Quando não há fé, Jesus simplesmente vai à outra margem como veremos nas próximas semanas. Se cremos em Jesus então se realiza o milagre! Claro, a coisa não é tão simples, precisa de uma fé muito grande dada por Deus. Peçamos essa fé para que, como Pedro, creiamos em Jesus, obedeçamos à palavra, rememos mar adentro e lancemos as redes para pescar, então veremos outro milagre em nossas vidas e em nossa comunidade.
Ser discípulo de Jesus exige confiar em sua palavra. A missão à qual Jesus nos quer enviar é ousada e por hoje ainda, com poucas probabilidades de êxito. Jesus quer contar conosco para o projeto do reino. Jesus convoca os apóstolos para que sejam pescadores de pessoas, por isso toda vocação exige “remar mar adentro” para abandonar as seguranças da margem, ter um horizonte ilimitado assumir responsabilidades e assumir uma grande obra: O serviço ao reinado de Deus, isto é, uma utopia da que serão beneficiários todos os homens e mulheres do mundo. Sem desmerecer o ofício dos pescadores, o que Jesus propõe a Pedro é uma superação no oficio que até então exercia: pescar homens e mulheres para o reino é uma empreitada mais nobre e difícil que pescar peixes, é algo mais milagroso que a pesca que acabam de realizar. Porém, alguns chamados a este novo trabalho são também convidados a “deixar tudo” para seguir a Cristo. Jesus precisa deles dedicados o tempo todo, dedicando todas as forças a esta “missão”. Pescar homens e mulheres para o Reino exige renunciar a tudo mais e assumir a Jesus como única posse. A missão à que são chamados exige desprendimento completo, para apegar-se totalmente a Jesus. No relato de hoje os discípulos vão com Jesus, que vale muito mais que a dos barcos cheios de pescadores que acaba de oferecer. Deixam essa abundante pesca, motivo de admiração, porque compreendem que a vocação compromete o ser humano em um trabalho que está acima dos trabalhos humanos diários. A vocação-missão é um convite a colaborar com Deus, um trabalho milagroso. Oremos hoje por aqueles que, deixando tudo, seguem a Jesus.
Oração
Ó Deus, nosso Pai e nossa Mãe, que misteriosamente nos colocas na existência e nos fazes depositários deste caudal imenso que é a vida, o tempo, a possibilidade de ser e de escolher, de querer e fazer, de amar e construir. Queremos expressar-te nosso desejo de ser cada vez mais conscientes do valor da vida que levamos entre as mãos, e a alegria terna de saber que podemos fazer dela, diante de ti e diante da história, uma aventura pessoal, irrepetível, de amor e felicidade. A ti que és amor e felicidade pelos séculos dos séculos. Amém.


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