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terça-feira, 8 de março de 2016

-ATIRE A PRIMEIRA PEDRA-José Salviano

5º DOMINGO QUARESMA

13 de Março de 2016- Ao C

1ª Leitura - Is 43,16-21

Salmo - Sl 125,1-2ab.2cd-3.4-5.6 (R. 3)

2ª Leitura - Fl 3,8-14

Evangelho - Jo 8,1-11

PRIMEIRA LEITURA
         Pela boca do profeta Isaías, Deus nos fala da caminhada no deserto, de quando Ele abriu uma passagem no Mar Vermelho, fazendo passar o seu povo, e deixando morrer afogados os seu opressores.
Ele abriu uma estrada no deserto para passar os seus escolhidos, que fugia do cativeiro do Egito. Deus recomenda-nos a não ficarmos remoendo as coisas ruins do passado, e a confiar na providência divina, como o fizeram os hebreus na retirada para a terra prometida.
        
SALMO

         Maravilhas nos fez o Senhor... Parecia um sonho! Aquele povo que outrora estava oprimido nas mãos dos egípcios, agora estão caminhando sob o olhar de Deus, indo rumo a liberdade.
         Roguemos ao Pai para que também mude a nossa sorte, para que nos conduza a conversão e mudemos a nossa vida de uma vez por todas.

SEGUNDA LEITURA

         Paulo antes da sua conversão impactante e histórica, era um fariseu que seguia cegamente a Lei, e tremia diante da justiça dos homens. Depois da sua experiência com Cristo ressuscitado, sua vida mudou completamente, e ele passou a viver segundo a justiça de Deus, não se importando com os julgamentos e as punições injustas dos poderosos daquele tempo. Ele não se importava quando era preso, nem se sentia solitário, pois saia que Cristo estava o tempo todo, bem ali do seu lado.  
         E apesar de todas as injustiças humanas que sofreu, Paulo considera sua vida passada um verdadeiro lixo. Antes ele vivia decentemente com todas as regalias que um fariseu tinha direito, porém, isso não é viver!
         Depois da experiência com Cristo na estrada de Damasco, Paulo descobre que o viver é Cristo e morrer é lucro.
         Para nós hoje, a lição que tiramos desta carta de Paulo, é: Não viver apreensivo, preocupado com a justiça humana, pois ela nem sempre é justa. E nos dedicar à vivência e a proclamação da justiça divina, pois somente esta dura para sempre.
         A justiça dos homens nem sempre sai do papel, onde está escrita com muitos detalhes. Na prática continua valendo a lei do mais forte. Seja essa força pelo poder do voto, pelo poder da riqueza ou pelo poder das armas. O fraco sempre perde.
         Ele era garçom dedicado, fazia tudo direitinho. Mas o patrão não ia muito com a sua cara, e o rebaixou para entregador. Depois de um certo tempo, foi montada uma grande armação para despedi-lo sem justa causa. Um cliente especial fez uma reclamação sobre a entrega, e o patrão botou toda a culpa do suposto erro, naquele motoqueiro.
         Conclusão. Foi despedido, e quando reclamou seus direitos, não encontrou nenhum apoio das forças constituídas em defesa do trabalhador. Os seus colegas de trabalho se recusaram a testemunhar em seu favor com medo de perder o emprego.
Com família para sustentar, aluguel atrasado, o pobre funcionário daquele restaurante chique, foi para a rua sem direito a nada.
Com essa história baseada em fatos reais, concluímos que a justiça dos homens por vezes pode ser: Falha, injusta, interesseira, parcial e em defesa dos direitos dos mais fortes.
        
Por causa dele eu perdi tudo. Considero tudo como lixo, para ganhar Cristo e ser encontrado unido a ele, não com minha justiça provindo da Lei, mas com a justiça por meio da fé em Cristo, a justiça que vem de Deus, na base da fé.
Esta consiste em conhecer a Cristo...




EVANGELHO

         Os fariseus colocaram Jesus numa situação muito difícil! Pois segundo a Lei de Moisés, aquela mulher deveria ser apedrejada, e Jesus não poderia passar por cima da Lei. Por outro lado, Jesus até então, era conhecido pela sua compaixão e misericórdia com relação aos pecadores.
A primeira vista, O Filho de Deus não tinha saída, e inevitavelmente seria condenado de um jeito ou de outro por aquele grupo enfurecido. Assim estavam pensando os fariseus que lhe trouxeram aquela mulher flagrada cometendo adultério.
Nos primeiros minutos, Jesus pareceu estar em um beco sem saída, ao ficar quieto escrevendo no chão. Por isso os seus opositores aumentaram mais a pressão contra Ele. Na verdade, Jesus só estava ignorando-os, e com a tranquilidade de quem sabia o que estava fazendo, continuou rabiscando no chão. Isso porque sendo Deus, Ele sabia o passado de cada um daqueles homens, assim como sabia o que se passava em suas mentes naquele momento. Sabia que eles não estavam preocupados com a justiça em si, mas apenas e tão somente, em incriminá-Lo.
E aí então o Mestre joga um bomba de efeito moral, que dissipa todos os manifestantes rapidinho. “Jogue a primeira pedra quem não tiver pecado”, ou melhor dizendo: “Quem dentre vós não tiver pecado, atire a primeira pedra”.
Os seus oponentes ficaram sem chão! E isso aconteceu exatamente começando pelos mais velhos, pois eles tinham uma quilometragem alta de experiências semelhantes ao pecado daquela mulher.
Meus irmãos. É exatamente assim que nós agimos. Julgamos os outros segundo a nossa experiência passada. Olhamos para o outro segundo a nossa ótica, segundo o nosso ser. Medimos os outros com as nossas medidas, segundo a nossa escala de valores, ou modo de pensar. Desse modo, o intelectual, procura ver no outro se ele tem cara de quem já leu pelo menos a metade dos livros que ele já leu, o moralista, procura ver ou medir no outro a sua moral. O rico olha no irmão, procurando detectar a sua ambição, ou a sua capacidade de ganhar dinheiro, a garota de programa (prostituta moderna ou discreta) busca na mulher que passa por ela, algum sintoma ou sinais de vida semelhante ao dela, e assim por diante. Julgamos os outros de acordo com a nossa vida passada, tendo em vista o nosso presente: se hoje estamos convertidos, se estamos ricos pelo nosso esforço ou não, se fomos um dia pecadores e hoje nos julgamos santos...
E foi muito fácil fazer com que aqueles homens caíssem na realidade de si mesmos, tendo em vista que o adultério naqueles tempos tinha uma visão muito mais ampla que nos dias de hoje. Para se ter uma ideia, a mulher que provocasse um homem seja com roupas sensuais ou gestos provocantes, olhares insinuantes, já era enquadrada pela Lei como uma adúltera, embora não tivesse consumado suas intensões na prática.  
O próprio Jesus disse que o pecado começa dentro de nós, ou seja, na nossa mente. Desse modo, embora muitos daqueles homens que estavam com uma ou mais pedras nas mãos prontos para começar o tiroteio contra aquela pecadora, ao olhar dentro de si, viram muitas impurezas semelhantes ou mesmo iguais aquela que eles queriam condenar como uma pessoa adúltera, quando Jesus se levantou e mandou que atirasse a primeira pedra aquele que se fosse realmente inocente.
Agora, conta aí! E se você estivesse lá naquele dia? Com uma máscara ou de cara limpa, pronto para arrebentar com “aquela pessoa pecadora”, como estão fazendo os manifestantes hoje nas nossas ruas?
O que você faria? Qual seria a sua reação diante das palavras de Jesus? Diante do justo, aquele que vê todo o nosso interior em frações de segundos?
Como você sabe, Jesus é Deus e como tal Ele está em toda parte. Está agora bem aí do seu lado. Você que está preparando uma punição para alguém. Para o seu aluno, para seu empregado, para seu filho ou filha, para seu pai que pisou na bola com a sua mãe, ou para sua mãe, seu vizinho... Você que neste momento está rascunhando, projetando uma passeata de revolta contra algo de errado que assola a sociedade, preparando uma medida de correção profunda e imediata do terceiro grau que acabe de uma vez por toda com a raça daquela pessoa que você não suporta, não admite que esteja no poder da empresa, da comunidade, do clube, que enfim você acha que é a criatura mais pecadora do mundo! Você que lidera uma manifestação a mando de algum poderoso que lhe pagou uma boa quantia em dinheiro... PARE UM INSTANTE E OUÇA JESUS DIZENDO: Quem dentre vós não tiver pecado, atire a primeira pedra”. Viu? Que coisa feia o que você está planejando?...
Olha, a nossa vida é cheia de “sapos” espalhados pelo caminho, “sapos” esses que às vezes temos de engolir, para continuar a nossa sobrevivência. Mas não é só por isso não. Sabe por que? É por que nós também aprontamos muito, nós também erramos, nós também somos pecadores!  Não fique aí dando uma de santinha, de santinho e denunciando a torto e a direito os erros dos seus irmãos. Pois você também é um deles. Você também é uma pecadora, um pecador. Se não está pecando tanto hoje, pode ter sido que já pecou muito no passado. E o pior, minha irmã, meu irmão, é que Jesus sabe de tudo o que você fez... viu? Então pega leve quando tiver com as pedras nas mãos pronto para atirar contra alguém que pecou.
Mas nós não temos de combater o mal? Sim. Temos de denunciar? Sim. Mas façamos isso com a devida moderação, sem medidas extremas, sem condenar ninguém a morte. A correção fraterna deve ser feita dentro do respeito pela caridade. O nome está dizendo: FRATERNA. Como você faz quando corrige o seu irmão de sangue. Sem feri-lo seriamente, sem acabar com a sua vida... É difícil fazer isso. Mas NÓS TEMOS DE CONDENAR, COMBATER O PECADO E NÃO O PECADOR.  Lembre-se sempre das palavras do Mestre:
“NÃO JULGUEIS E NÃO SEREIS JULGADO”
Tenha um bom domingo, com sua consciência tranquila.

 José Salviano.

Um comentário:

  1. Bela homilia, mas, desculpe-me, não podemos ficar de braços cruzados enquanto esses corruptos que estão no poder saqueiam o nosso país.

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