DIA DE SÃO LOURENÇO DIÁCONO MÁRTIR 10/08/2012
sexta
1ª Leitura 2Cor 9, 6-10
Salmo 111 (112) , 5 a “Feliz o homem que se
compadece e empresta”
Evangelho João 12, 24-26
“O Serviço que requer o Rebaixamento” -Diac. José da
Cruz
A palavra Diakonia, do grego que significa servir,
nasceu ainda em forma embrionária na Igreja primitiva, conforme relato de Lucas
em Atos 6. Muito pouco se fala no Novo Testamento dos sete primeiros Diáconos
da nossa Igreja, a não ser Estevão, o proto mártir, e Felipe, que após a
expulsão dos cristãos das sinagogas, saiu pregar na Samaria e depois em outras
regiões, inclusive sendo ele o grande articulador do Cristianismo no mundo
grego, pois neste evangelho de hoje é ele que conduz os gregos até Jesus.
A Diakonia, que começou com o autêntico espírito de
serviço, foi passando por transformações no seio da igreja e entre os séculos
seguindo e terceiro, o Diácono era papel de destaque enquanto principal
colaborador do Bispo, que por aquele tempo era quem presidia a “Fração do Pão”,
ou em uma linguagem de hoje, só o Bispo é que celebrava missa. E assim a
diakonia, cada vez mais foi tendo destaque no serviço do altar e na
administração dos bens terrenos da Igreja e daí, a concorrência, a busca de
poder, contaminou o Diaconato que ao final do século IV desapareceu por
completo da nossa Igreja.
Foi o Concílio Vaticano II que restaurou o Diaconato
Permanente fazendo com que a Diakonia fosse resgatada, deixando de ser apenas
um ministério transitório, para ser um Sinal Sacramental do Serviço. O Diaconato
Permanente é um Sinal Sacramental de todas as diakonias presentes em nossas
comunidades, não há distinção entre a diakonia leiga e a do Diácono, uma supõe
a outra, uma sinaliza e torna a outra autêntica em si mesma.
O evangelho de hoje, portanto, aponta para aquilo
que é essencial no Diaconato: o morrer para si mesmo, esvaziar-se de qualquer
ambição, glória ou poder, servir com alegria, generosidade e grande disposição.
Morrer para si mesmo é não clericalizar-se em excesso, não fazer questão de
qualquer honraria ou distinção, por causa do ministério, morrer para si mesmo é
anunciar a Palavra e esquecer-se de si mesmo. Morrer para si mesmo é não olhar
para o Presbítero com um ar inferior, e nem tão pouco olhar para o leigo com um
ar superior.
Morrer para si mesmo é manter a serenidade em toda e
qualquer situação, é ser paciencioso e compreensivo com quem quer que seja, é
não fazer uso da sua autoridade clerical, para dominar, se impor, ou obter
qualquer benefício. Morrer para si mesmo é abrir mão de celebrações da Palavra
pomposas, onde se exalta o próprio ego, é priorizar as comunidades pobres de
bairros distantes, com as quais o Cristo a quem se serve, se identifica mais.
Enfim, o Diaconato é um tesouro inestimável
pertencente ao Senhor, que se permite guardá-lo na insignificância dos modestos
vasos de barro, que são os nossos Diáconos. E que São Lourenço nos ajude a
todos quantos imerecidamente receberam esse Santo Sacramento, a manter
incólumes tal tesouro pertencente ao Senhor, e que refulge o seu maior brilho
no amor que se traduz em serviço na Dimensão da Palavra, da Liturgia e da
Caridade, colunas mestras que dão sustentabilidade a toda e qualquer Diakonia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário