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quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

3º Domingo do Advento-Claretianos

Domingo, 11 de Dezembro de 2016
Tema: 3º Domingo do Advento
Isaías 35, 1-6a.10 É o próprio Deus que vem para vos salvar.
Salmo 145(146) Vinde Senhor, para salvar o vosso povo!
Tiago 5, 7-10 Fortalecei vossos corações porque a vinda do Senhor está próxima.
Mateus 11,2-11 És tu aquele que há de vir ou devemos esperar um outro?
2Tendo João, em sua prisão, ouvido falar das obras de Cristo, mandou-lhe dizer pelos seus discípulos:3Sois vós aquele que deve vir, ou devemos esperar por outro? 4Respondeu-lhes Jesus: Ide e contai a João o que ouvistes e o que vistes: 5os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, o Evangelho é anunciado aos pobres...6Bem-aventurado aquele para quem eu não for ocasião de queda! 7Tendo eles partido, disse Jesus à multidão a respeito de João: Que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? 8Que fostes ver, então? Um homem vestido com roupas luxuosas? Mas os que estão revestidos de tais roupas vivem nos palácios dos reis. 9Então por que fostes para lá? Para ver um profeta? Sim, digo-vos eu, mais que um profeta. 10É dele que está escrito: Eis que eu envio meu mensageiro diante de ti para te preparar o caminho (Ml 3,1). 11Em verdade vos digo: entre os filhos das mulheres, não surgiu outro maior que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos céus é maior do que ele.
Comentário
As leituras do profeta Isaías e do apóstolo Tiago, coincidem na mensagem: vale a pena esperar, é preciso esperar, devemos esperar porque o nosso Deus vem, em pessoa ... É preciso ter paciência, porque é iminente sua chegada, ele já está à porta... Não podemos duvidar desta forma de propor a esperança, de vivê-la, porém hoje duvidamos se essa proposta serve realmente para nós. Este motivo clássico do fundamento da esperança, de alguém que vem, que vai irromper de forma iminente em nossa vida, que nossa esperança consista em “esperar” (de espera, não de esperança) sua chegada... tudo isso não é mais plausível.
Esse esquema conceitual da volta de Deus (segunda vinda) que selará o fim do mundo; que estaríamos em um tempo intermediário, incerto e ameaçado pela espada pendente (de Dâmocles), da surpresa divina que vai chegar como a visita do ladrão, essa imagem foi muito poderosa e no passado atraiu a atenção de muitas gerações, porém para os dias de hoje começa a não funcionar.
Essa ideia da espera que Deus vai chegar e castigar os maus... e assim “colocar as coisas no seu lugar” e vingar as maldades dos que nos prejudicaram... provavelmente foi muito efetiva em outro tempo, como o foi na pedagogia tudo que se referia aos prêmios e castigos, às boas e más notas, porém, hoje, poucas mentes lúcidas aceitam uma pedagogia infantil, atribuída ao mistério existencial do ser humano.
Aquelas reações tinham como suporte uma compreensão do mundo, fundamentalmente religiosa, inserida no mundo religioso: um “plano de Deus” que consistia na provação do ser humano a fim de levá-lo à outra vida, melhor ou pior, segundo o merecimento de prêmio ou castigo. Nesse “pequeno mundo”, nessa cosmovisão religiosa, que durante milênios ocupou o magistério, funcionava ao falar de uma segunda vinda, de um Deus que prova o ser humano, da ameaça que supõe a possível surpresa de Deus que vem e irrompe no mundo para finalizá-lo e inaugurar o eón dos prêmios e castigos. Esse imaginário religioso (tradicional, antigo, milenário...) está se esgotando, desaparecendo com as gerações mais adultas, esvanecendo-se e perdendo vivacidade e plausibilidade nas gerações médias, e sendo rejeitada pelas gerações jovens. A transmissão desse tipo de fé está sendo interrompida.
No novo imaginário ou cosmovisão, que muitos estamos adquirindo, fundamentada na nova imagem que a cosmologia e o conjunto atual das ciências nos oferecem, já não cabe conceber a realidade tão “antropocentricamente” como se tudo consistisse e tudo se reduzisse a “um plano que Deus fez para provar o ser humano”. Ao ser humano atual não cabe mais uma espiritualidade que afirma a centralidade do cosmos e que este cosmos “foi criado simplesmente para servir de cenário para o drama humano e sua salvação ultraterrena... E não aceita tampouco que o mistério tão respeitável do além seja associado com e posto a serviço da ameaça de castigos ou da promessa de prêmios...
É possível ser cristão sem aceitar este imaginário? Se estamos decididos a purificar nossa esperança, nossa cosmovisão religiosa global daquelas imagens próprias de um tempo que já não é o nosso, podemos sim ser cristãos.
Nessa realidade o que importa é o conteúdo profundo, a experiência espiritual, a dimensão de esperança, não o suporte de categorias, esquemas mentais, cosmovisões apocalípticas ou esquemas de concepção do tempo lançados por nossos antepassados. O cristianismo, ao longo da história, já abandonou muitas imagens que no seu tempo foram comuns, mas que logo se tornaram obsoletas e que finalmente se tornam inaceitáveis. Durante muitos séculos o predomínio do pensamento estático, o pressuposto da a-historicidade e a negação do caráter evolutivo de tudo, tentou fazer-nos pensar que não podemos mudar nada, que devemos crer ao pé da letra tudo que nossos antepassados disseram, sem ter vivido a sua experiência profunda e que nada pode ser inovado. Porém, a mesma história está aí para mostrar o contrário para quem sabe e quer ver. E também está aí o presente: já são muitos os cristãos que “creem de outra maneira”.
O evangelho de Mateus apresenta a chamada “prova messiânica”. João, o Batista, do cárcere manda emissários para perguntar a Jesus se ele é o esperado ou se devem esperar outro. Jesus não responde com provas teológicas, nem com citações bíblicas apologéticas, ou com dogmas ou doutrinas, mas remete e aos cegos que veem, os inválidos que andam, os leprosos que ficam limpos... e aos pobres se lhes anuncia o evangelho, a Boa Notícia. Estes fatos, essa boa notícia, é a prova da identidade do Messias. E deverá ser também a prova de identidade de quem segue o Messias, o Cristo, ou seja, os cristãos. Se nossa vida produz esses mesmos fatos, se somos “boa notícia para os pobres”, somente então estaremos sendo seguidores daquele Messias, do Cristo, ou seja, estaremos sendo realmente cristãos.
Oração
Ó Deus, bom Pai,ao aproximar-se a celebração da festa do Natal, nós te pedimos que aumente nossa esperança, para que nunca desistamos do esforço por criar um mundo no qual o amor seja possível. Nós te pedimos por Jesus de Nazaré, filho teu e irmão nosso, cujo nascimento nos apressamos em celebrar. Amém.


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