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domingo, 19 de fevereiro de 2017

Quem não é contra nós é por nós-Dehonianos

Tempo Comum – Anos Ímpares – VII Semana – Quarta-feira
22 February 2017
Lectio
Primeira leitura: Ben Sirá 4, 12-22 (gr 11-19)
A sabedoria engrandece os seus filhos, toma sob a sua protecção aqueles que a buscam. 12Aquele que a ama, ama a vida, e os que madrugam por ela ficarão cheios de alegria. 13Aquele que a possuir terá a glória por herança, e o Senhor abençoará o lugar onde ele entrar. 14Os que a servem prestam culto ao Santo, e os que a amam são amados pelo Senhor. 15Aquele que a ouve julgará as nações, e o que lhe presta atenção permanecerá em segurança. 16O que nela confia há-de recebê-la em herança, e a sua posteridade beneficiará da sua posse. 17Ao princípio, ela poderá conduzi-lo por caminhos sinuosos; incutir-lhe-á temor e tremor, atormentá-lo-á com a sua disciplina; antes de confiar nele, pô-lo-á à prova com os seus preceitos. 18Então, virá a ele pelo caminho direito, fá-lo-á feliz, e desvendar-lhe-á os seus segredos. 19Porém, se ele se transviar, ela há-de abandoná-lo, e entregá-lo-á nas mãos da desgraça.
«A sabedoria toma sob a sua protecção aqueles que a buscam». O nosso texto fala-nos da sabedoria como de alguém que pode cuidar da nossa formação para uma vida feliz e recta. Mas é preciso procurá-la com afinco, abrir a mente e o coração aos seus preciosos ensinamentos. Se assim fizermos, ela guiar-nos-á para a vida, para a alegria e para a glória. Ensinar-nos-á a julgar com equidade e a viver tranquilos.
Mas a sua influência é particularmente preciosa na vivência da nossa relação com Deus: «Os que a servem prestam culto ao Santo, e os que a amam são amados pelo Senhor» (v. 14). Há uma forte aproximação entre a verdadeira sabedoria e a relação com Deus. Ao fim e ao cabo, a sabedoria é uma qualidade de Deus, uma das suas expressões. E só se alcança com esforço pessoal: «Antes de confiar nele, pô-lo-á à prova com os seus preceitos» (v. 17c.). A perseverança nas provações revelam a capacidade de se confiar à sabedoria, de se abandonar a ela, deixando-se conduzir por ela, deixando-se progressivamente “construir” por ela. Só assim será possível entrar na sua intimidade, conhecer-lhe os segredos.
O versículo 19 é um aviso: «Se ele se transviar, ela há-de abandoná-lo, e entregá-lo-á nas mãos da desgraça.» É preciso aceitar a pedagogia da sabedoria, mesmo que seja exigente e nos faça sofrer. Se assim não for, corremos o risco de fracassar e ser abandonados ao nosso destino.


Evangelho: Marcos 9, 38-40
Naquele tempo, João disse a Jesus: «Mestre, vimos alguém expulsar demónios em teu nome, alguém que não nos segue, e quisemos impedi-lo porque não nos segue.» 39Jesus disse-lhes: «Não o impeçais, porque não há ninguém que faça um milagre em meu nome e vá logo dizer mal de mim. 40Quem não é contra nós é por nós».
Ao terminarmos a leitura do capítulo 9 de Marcos, podemos fazer um pequeno resumo de alguns temas: a fé dos discípulos é frágil, não é suficiente para expulsar demónios; os próprios discípulos têm a mania das grandezas, orgulhando-se diante daqueles que não pertencem ao grupo dos discípulos. Parece-lhes que só eles têm capacidade para realizar acções correspondentes aos ensinamentos de Jesus. Mas o Mestre mostra que a sua missão e os seus ensinamentos não podem ser encerrados atrás de portas ou muros. O Espírito Santo sopra onde quer. Fazer prodígios «em nome» de Jesus, é actuar com liberdade, acolhendo o amor, e em total dependência de Deus, que não exclui ninguém. Os discípulos não podem pretender um monopólio absoluto sobre Jesus. A Igreja deve estar aberta àqueles que não lhe pertencem expressamente, mas demonstram simpatia e benevolência em relação a ela. As exortações finais apresentam exactamente alguns princípios para a boa convivência comunitária.
Meditatio
As leituras de hoje apresentam-nos dois mestres excepcionais: a Sabedoria e Jesus. Estes dois mestres acabam por se identificar, porque a Sabedoria, em última análise, é o Verbo que, na plenitude dos tempos, assume carne humana da Virgem Maria. É Jesus.
Na primeira leitura a Sabedoria promete conduzir às fontes da alegria e do sucesso aqueles que a procuram, avisando que não se trata de uma tarefa fácil. É uma observação interessante para nós que queremos tudo “já” e “sem esforço”. Mas a própria vida nos ensina que, sem esforço, nada se alcança. Pensemos na vida dos atletas de alta competição! Mas a Sabedoria assegura a realização de quem a procura: «Os que amam a Sabedoria são amados pelo Senhor» (v. 14). Estar em sintonia com o Senhor é a máxima realização da existência.
No breve texto evangélico que hoje escutamos, os Apóstolos parecem sentir-se donos de Jesus e dos seus poderes. Por isso, não admitem que outros actuem em nome do Senhor: «Mestre, vimos alguém expulsar demónios em teu nome, alguém que não nos segue, e quisemos impedi-lo porque não nos segue» (v. 38). Para pertencer a Cristo, para seguir a Cristo, e agir em seu nome, é preciso estar com Ele. Por isso julgam-se no direito de impedir que outros, que não fazem parte do grupo, usem o nome e os poderes de Jesus em vantagem própria. Mas não é isso que Jesus pensa: «Não o impeçais, porque não há ninguém que faça um milagre em meu nome e vá logo dizer mal de mim» (v. 39). Mais tarde pode voltar atrás e dizer mal do Senhor. Mas, no momento em que actua em Seu nome, está no bom caminho, e Deus alegra-se com isso.
Os Apóstolos pertencem a Jesus. Mas não têm monopólio sobre Ele, nem sobre a sua graça. Em vez de se irritarem por outros fazerem o bem em nome de Cristo, devem alegrar-se por Deus se dignar agir por meio dessas pessoas e em lugares que não pertencem ao rebanho do Senhor. É uma tentação em que também nós, os católicos, que sabemos estar na verdade, podemos cair. Por vezes, temos dificuldade em admitir que Deus possa fazer o bem por meio de pessoas que não pertencem a Igreja e que até nem querem muito com ela. Mas Deus é livre de actuar onde, como e com quem quiser. Mais do que fechar-nos em ciúmes ou ressentimentos, há que abrir-nos à solidariedade: «Quem não é contra nós é por nós» (v. 40). Havemos de ter por amigos todos os que fazem o bem, ainda que em outras circunstâncias venham a falar mal de nós. Deus derrama a sua graça sobre bons e sobre maus, e cada vez que isso acontece, pode estar a abrir-se um caminho para Cristo. Alegremo-nos com o bem, com todo o bem, venha donde vier, porque, qualquer passo no bem, aproxima de Deus. Peçamos ao Senhor l
argueza de vistas e… de coração!
A Igreja, nas suas relações com o exterior, e também, à sua medida, a nossa Congregação, sente cada vez mais a exigência de partilhar os problemas do povo e luta, com todos os homens de boa vontade, para melhorar as condições de vida daqueles que a sociedade marginaliza, e daqueles que se afastaram de Deus, caindo na miséria moral e espiritual. Já não se trata apenas de conversão pessoal, mas de compromisso para transformar estruturas e instituições injustas e alienantes, que tornam os poucos ricos cada vez mais ricos e os muitíssimos pobres cada vez mais pobres, sufocados pela miséria.
Oratio
Senhor, liberta-me da intemperança de João. Quanto trabalho tiveste com aquele que havia de ser o teu discípulo amado! Parece-me que sofria de miopia. Via bem ao perto, via bem as suas coisas; mas via mal ao longe, via mal os outros. Queria todos à sua medida! Mas, Tu, Senhor, abriste-lhe o coração para acolher outras possibilidades, para acolher os outros, mesmo os que oficialmente não pertenciam ao teu rebanho, mas que, pelas suas obras, davam sinais de estar em sintonia contigo. Ensina-me, também a mim, a ver além das aparências; ajuda-me a verificar a genuinidade de coração das pessoas, mais do que o seu cartão de pertença à tua Igreja. Ensina-me a aceitar o bem, venha donde vier, porque, no fundo, vem do teu Coração, que anima a humanidade e o mundo. Amen.
Contemplatio
Como os vossos ensinamentos são preciosos, Senhor! Vós nos conduzis pela mão. Vós dissestes que permaneceríeis connosco. Vós estais connosco pelos vossos ensinamentos que nos seguem e pelo Espírito Santo que nos ajuda. O vosso Coração é um coração de pai e de pastor. (Leão Dehon, OSP4, p. 191).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Quem não é contra nós é por nós». (Mt 9, 40).


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