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terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

-JESUS EXPULSA OS VENDILHÕES-José Salviano


3º DOMINGO QUARESMA
Ano  B

4 de Março de 2018

Evangelho - Jo 2,13-25



PRIMEIRA LEITURA - Eu sou o Senhor teu Deus, e não terás outros deuses além de mim.  O mundo está cheio de deuses falsos, mentirosos, e até satânicos. O dinheiro, o poder, o celular, o computador, a garrafa de vodca, cigarros de folhas verdes e secas, o pó, a pedra no cachimbo improvisado, o carro possante, a moto de 1500 cilindradas, a loira, a morena...
         Na ânsia louca de substituir Deus, o ser humano comete as maiores loucuras!  Mas o que consegue é somente se matar em doses homeopáticas, ou mesmo aceleradas. Muitos jovens já estão mais velhos que seus pais. O desgaste causado pelas aventuras em busca de um delírio extasiante, acaba distorcendo a realidade fora e dentro de si.
         Por outro lado, os filhos da luz se desesperam em busca de soluções  imediatas e impacientes diante da lentidão com que Deus olha por nós, tornam-se insensíveis e não enxergam a presença de Deus agindo do seu jeito bem aqui no meio de nós. Os devotos rezam e rezam, e aplicam ao Reino de Deus os seus cálculos mundanos exigindo soluções rápidas, espetaculares e eficazes tudo isso de acordo com a ótica humana. E logo se decepcionam por não conseguirem soluções prontas e imediatas, entendendo com isso que Deus está dormindo ou coisa desse tipo, acham que o Pai se esqueceu de nós, por Ele não apressar o ritmo da implantação do Reino definitivo e sustentável para os seus filhos.
Ora, é importante entender ou lembrar que a construção do Reino de Deus acontece através da união da ação divina com a ação humana. Deus hoje age no mundo através de nós principalmente os seus escolhidos. Mas para que isso aconteça, é indispensável que façamos a nossa parte. O resto fica por conta de Deus.
         Quando é que vamos nos conscientizar que o tempo e o agir de Deus é diferente do nosso?
SEGUNDA LEITURA - Enquanto uns pedem soluções ou sinais milagrosos para a triste realidade a que estamos vivendo, outros  apelam para a sabedoria. Seja uma solução científica, uma solução da biomédica, ou mesmo da sabedoria de Deus para que possamos restabelecer o equilíbrio das forças sociais e diabólicas que agem e interagem na dinâmica de uma sociedade decadente: A maconha está sendo liberada, o adultério não é mais crime em alguns países, o menor pode matar, o desvio do dinheiro público não tem punição, entre outras liberalidades da conduta sexual, as quais nem é bom a gente especificar pois pode-se ser enquadrado como discriminação...
         E nós, que somos aqueles que muitos olham esperando que façamos alguma coisa que realmente promova uma solução calma, porém firme e verdadeira diante de todo esse caos, o que nós estamos fazendo? Estamos pregando um Cristo crucificado? Ou estamos anunciando um Cristo ressuscitado, que está no meio de nós? É preciso reavaliar os nossos sermões. Será que ficamos enrolando com palavras ingênuas e repetitivas, trocando o cérebro pelo coração?  Ora, o coração é uma bomba. Ele não pensa, não sente emoções e nem muito menos peca. Tudo isso acontece no cérebro e pode afetar tragicamente a nossa alma. O fato do nosso coração bater forte quando estamos emocionados, não significa que as emoções acontecem no coração.
Portanto, dizer que vamos pedir o perdão pelos pecados do nosso coração, é pura ingenuidade e uma demonstração de falta de estudo. Assim como dizer que vamos guardar o amor de Deus, ou os seus ensinamentos no coração, em vez de dizer na memória, ou no cérebro...
         A nossa catequese precisa ser otimista, mas não de um otimismo ingênuo, sentimental, portanto, sem efeito positivo para o mundo de hoje.
         Enquanto ficarmos anunciando um Jesus morto estamos correndo parados. Ao contrário, se em vez disso mostrarmos à sociedade um Jesus vivo e atuante no mundo através dos seus escolhidos, estamos avançando para a construção do Reino, para a construção de um mundo melhor, ou pelo menos, um mundo menos violento e menos corrupto e injusto.  
         Que o nosso Deus forte, sensato, sábio, imortal e presente entre nós nos oriente em como falar dele de modo mais efetivo, de uma forma que  contribua para a conversão definitiva do nosso irmão, da nossa irmã. Amém!



EVANGELHO

         No Evangelho deste domingo, deparamos com um Jesus indignado, irado (cheio de energia), revoltado de ver  a Casa de seu Pai que foi feita para a oração e a busca de Deus, estar sendo usada para o comércio.
         Jesus disse que destruiria aquele templo e o reconstruiria em três dias, mas ninguém entendeu nada, nem mesmo os discípulos. Estes só entenderam depois de sua ressurreição. Pois Jesus estava se referindo ao seu corpo, que passou a ser um novo templo de encontro com o Pai. Pois só por meio dele chegaremos a Deus.
         Os vendilhões do templo transformaram a sua casa em uma casa de comércio. Aliás, podemos considerar o Templo de Jerusalém, como o primeiro grande shopping do mundo. Isto por causa dos líderes judaicos o ter transformado em um grande centro de lucro e de exploração dos peregrinos tantos estrangeiros como locais, e principalmente dos humildes e fracos.
Podemos citar como exemplo, o sacrifício feito pela queima dos animais para o perdão dos pecados. Animais esses, que eram comprados das fazendas dos saduceus.  
E essa prática de fé não agradava nem um pouco a Jesus, o qual disse: “Eu quero caridade e não sacrifício”.

Existem muitas religiões hoje nas quais se fala muito pouco do Evangelho e fala muito sobre dinheiro. Dizem que Deus nos quer ricos, pedem dinheiro a todo instante aos que ali vão em busca de curas mirabolantes, os quais voltam frustrados para suas casas. Nessas supostas igrejas, a pastoral do dízimo é a mais importante. Eles amedrontam os "fiéis" ou clientes, dizendo que para se salvar é necessário dar mais dinheiro a Deus, ou seja, a eles. 
         Isso é um absurdo! A religião não pode ser usada como meio de ganhar dinheiro, como faziam os doutores da lei e todos os demais membros da elite judaica. Não podemos explorar a ingenuidade dos humildes de baixa renda, e sob ameaças de condenação eterna, tirar o seu pobre dinheirinho. E pensar que tem muita gente fazendo isso ainda hoje! E tudo isso é feito em nome de Jesus.  Os judeus apresentavam um deus que exigia a contribuição do pobre, e era tolerante com os abusos e injustiças dos ricos. Hoje também, essas tais religiões que pregam a prosperidade econômica, apresentam uma imagem distorcida de Deus. Eles inventaram um deus que quer que sejamos ricos. Um deus que exige o seu depósito nas contas bancárias daqueles que se auto-nomeiam “bispos”, e pastores.
         Caríssimos. Catequista que pede dinheiro não é catequista, mas sim, esperto, e ambicioso comerciante. Pois a graça de Deus não se vende. "De graça recebestes, de graça devereis dar". O verdadeiro catequista está interessado em mudar o mundo para melhor, através da conversão do seu irmão, e não em ficar rico. Porém, o sustendo do padre é de inteira responsabilidade nossa. E assim, se a catequese for eficiente, nós estaremos conscientes dessa responsabilidade. E nem precisa pedir dinheiro para um cristão que está ciente do seu dever. Ele vai colaborar automaticamente, naturalmente.  
         Ninguém imaginava que o dócil Jesus fosse um dia se indignar contra uma situação de injustiça, ao ponto de derrubar as mesas dos cambistas no camelódromo do Templo. Mas com aquele gesto, O Filho de Deus quer nos mostrar que o cristão não é aquele cara bonzinho, ou bobinho, que deixa todos pisar nele.
Santidade não é bem isso. Santidade também é indignar-se com as injustiças, com a corrupção, com os salários injustos, com a pedofilia, com o roubo do dinheiro público, com o Estatuto do Menor, e com toda impunidade que gera violência gratuita. Se você é um desses revoltados contra o abuso dos fora do Plano de Deus, não se sinta culpado, mas pelo contrário. Sinta-se um imitador de Cristo.
Vai lá. Jesus te ama e te chama para corrigir o irmão que vive errado. Pois se você não repreender o erro do seu  irmão, passará a fazer parte do erro dele. É como acolher em sua casa um fugitivo da lei. Fazendo isso, você se tornará um cumplice do seu delito.


Bom domingo, José Salviano.







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