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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

“Os Saduceus e a Ressurreição” – Claudinei M. Oliveira

23 de Novembro - Evangelho - Lc 20,27-40

                                 
    

            No Evangelho de hoje notaremos mais uma vez Jesus sendo colocado contra a parede para cair em contradição. Os opositores de Jesus queriam encontrar um meio para distraí-lo e conseqüentemente desmascará-lo perante os seguidores. Entretanto, não conseguiram. Jesus sempre tinha maneira de sair das perguntas e deixá-los confusos.

            Para Tanto, os saduceus negam qualquer ressurreição dos mortos (ver Mt 22:23; Mc 12:18-27; Atos 23:8) e por isso negaram qualquer vida depois da morte, defendendo a crença de que a alma perecia com a morte, pois, acreditavam que não há qualquer penalidade ou recompensa depois da vida terrena. Isto, então, justificava suas práticas maléficas.

Quem eram os saduceus? Eram grupo sacerdotal e aristocrático, ricos e ocupavam cargos poderosos. Foram eles que   perguntaram a Jesus: Mestre, Moisés escreveu para nós a seguinte lei: "Se um homem morrer e deixar a esposa sem filhos, o irmão dele deve casar com a viúva, para terem filhos, que serão considerados filhos do irmão que morreu"

Na verdade essa interrogação era para ver a resposta de Jesus quanto a vida após a morte. Jesus pregava a humildade, a fraternidade e a justiça quanto na vida terrena, pois um dia deveria prestar contas de tudo na Graça do Pai.  A vida eterna era uma conseqüência da vida terrena. Mas a vida eterna não corresponde com o modelo de vida na terra, assim Jesus respondeu aos opositores:  nesta vida os homens e as mulheres casam. Mas as pessoas que merecem alcançar a ressurreição e a vida futura não vão casar lá, pois serão como os anjos e não poderão morrer. Serão filhos de Deus porque ressuscitaram. Significa que na vida eterna nada levaremos da vida terrena a não ser a alma e os feitios da bondade.

O ex Pe. Leonardo Boff escreveu em seu célebre livro "A vida para além da morte" argumentos convincentes de que a morada no céu é bem diferente da morada terrena. Segundo Boff o céu não deve ser contraposto a esse mundo. Deve ser visto como a plenitude deste mundo, livre já de tudo o que o limita e fere, o divide e amarra. Jesus Cristo Ressuscitado nos dá uma idéia do que seja o céu: nele tudo transluz; nada do que é humano é deixado, mas assumido e plenificado: o seu corpo, suas palavras, sua presença, sua capacidade de comunicação. Livre de tudo o que  limitava às coordenadas deste mundo espácio-temporal ele está agora no coração do mundo e do homem, unindo e amando tudo. Ele está na situação de céu, porque já chegou ao termo de toda a criação.

Portanto, ao justo e santo no céu é dado gozar do processo divino, de como o Pai eternamente gera o Filho e juntos aspiram o Espírito Santo. Talvez isso constitua a suma felicidade de poder enxergar, contemplar e participar com todas as fibras do ser da "autogeração"  do próprio Deus. Os saduceus não acreditavam na Ressurreição, por não acreditar na outra forma de vida, ou seja, não conseguiriam enxergar fora do corpo e dos bens que possuíam. Assim, não poderiam imaginar uma vida plena no convívio eterno com o Criador. Amém!


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