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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Quem foi padrinho no batismo de Jesus?-Prof.Fernando

2016-10 de janeiro – Quem foi padrinho no batismo de Jesus? 
(comentários Prof.Fernando*)

1     Por que Jesus procurou o batismo de João
·                    A instituição de padrinhos e madrinhas obviamente não é do tempo de Jesus e seu batismo no Jordão não é o mesmo conhecido pelos cristãos ao longo dos séculos como sinal da entrada na comunidade dos discípulos do novo Reino. Isto deve ser lembrado porque confunde-se com frequência o rito de conversão proposto por João no rio Jordão com o batismo que nós conhecemos. Chega-se mesmo a discutir entre cristãos se o batismo atual deveria ser sempre seguindo o ritual do Batista, mergulhando a pessoa numa piscina ou nas águas de um rio. No limite todos teriam que viajar até o rio Jordão na Palestina... é preciso reler o que disse o Batista: eu vos “mergulho” na água, mas Ele vos fará “mergulhar” no fogo e no Espírito. A diferença é que o de João é apenas na água. O batismo de Jesus será definitivo, por ser ação de Deus que traz a salvação (Espírito Santo) e julgamento (fogo, como imagem que se refere ao processo de separar o trigo – que são grãos – da palha, que o vento leva e mais tarde é queimada).
·                    Jesus entra na fila (Lucas apresenta após este episódio, a genealogia de Jesus, remontando sua ascendência ao início de toda a humanidade na figura de Adão). Jesus mistura-se à multidão dos que ouvem o Batista, dos que querem se preparar para a vinda do Reino que se aproxima. Ora, Jesus é o Reino. Nele se concretiza tudo o que o profeta João anuncia. Nossa perplexidade é justificada. O próprio João reclama: como vens a mim se eu é que devia ser batizado por ti? Jesus submetendo-se ao rito de João declara-se em primeiro lugar um ser humano entre os seus irmãos humanos. A celebração deste domingo continua a meditação do mesmo Mistério que contemplamos no Natal: a Encarnação de Deus na História humana. Em segundo lugar o Batismo é o momento de apresentação de Jesus como Filho de Deus que vem tirar o Pecado do Mundo. Eis o Cordeiro de Deus que tira o Pecado, anuncia o Batista. O Batismo de Jesus é descrito no texto evangélico, com toda sua carga de mensagens e símbolos. A voz que vem do Céu é o Pai que declara publicamente que aquele homem de Nazaré é verdadeiramente seu Filho cumulado de todo seu amor; o Espírito “desce” sobre aquele homem que entrou na fila dos que buscam aproximar-se do Deus que se aproxima torna-se visível aos presentes sob a forma de uma pomba. O mergulho nas águas é o mergulho de Deus na realidade da matéria deste mundo (a carta aos Hebreus lembra: tu me deste um corpo), histórica, corporal, na qual o homem de Nazaré sofrerá a fome e a sede e a morte.

2     A celebração desta festa após a “Epifania” (dia de Reis)
·                    Nos primeiros séculos do cristianismo celebravam-se três grandes festas todo ano: a “Epifania, a Páscoa e Pentecostes, que correspondem aos três momentos da Salvação: a Revelação de Deus em Jesus Cristo (que nasce, cresce até apresentar-se ao mundo a partir do rio Jordão); a prisão e condenação injusta de Jesus que o leva à morte que em seguida é por ele destgruída com a Ressurreição; a difusão do seu Espírito no íntimo dos corações que torna seus discípulos anunciadores dos novos tempos, momento em que começa o “tempo da Igreja” na  continuidade da proclamação da Boa Notícia iniciada por Jesus de Nazaré.
·                    Estamos portanto comemorando o primeiro momento da apresentação do Cristo ao mundo. Não mais no simbolismo dos pastores, os mais pobres e humildes que recebem o aviso dos anjos. Não mais no simbolismo dos sábios do Oriente que representam a abertura da Salvação, antes conhecida apenas pelo Povo Eleito de Israel, agora recebendo também todas as nações que procuram a verdade e do bem. Não mais no simbolismo do Menino que discute com os estudiosos no Templo a interpretação dos textos sagrados. Agora na esteira do movimento público do Batista (que de tanto assustar os poderosos da época levou João à prisão e à decapitação por Herodes) surge a figura pública de Jesus de Nazaré caminhando pelas estradas da Galileia e da Judéia, trazendo uma Boa Notícia: todos são amados por Deus e o caminho do Bem é o caminho do Reino, e as obras da religião são relativizadas pois é mais importante o amor, a solidariedade, a misericórdia, a compaixão, a ajuda ao samaritano espancado, a atenção dada aos que choram a morte de seus filhos, a oração dos que se reconhecem pecadores. O Reino novo é privilegiar o que Deus prefere em vez de viver no medo de não fazer tudo “certinho” como os fariseus se gabavam de fazer, cumprindo todas as regras e tradições de sua religião.

3     Os sinais do novo tempo (Reino) cujo anúncio público começa hoje
·                    O discurso de Pedro (2ªleitura de hoje) resume a “novidade” do “Reino”: “Em verdade reconheço que Deus não faz distinção de pessoas, mas em toda nação lhe é agradável aquele que o temer e fizer o que é justo”. É o anúncio da salvação universal: Deus procura todos e cada um, mesmo que cada grupo, cultura, igreja, religião, procure cada qual a seu modo esteja procurando Deus.
·                    Comparemos o episódio do “Batismo de Jesus por João” com o texto tirado de Isaías 42 da primeira leitura de hoje. Ele corresponde, no estilo profético e centenas de anos antes de Cristo, ao anúncio que João, o último dos profetas, resumiu nesta frase: Eis o Cordeiro de Deus, aquele que vem tirar o Pecado do Mundo. Cordeiro, porque figura o justo inocente que seria morto como os animais no altar, sacrificados em lugar dos injustos que acorriam ao Templo. O Pecado, porque tudo o que produz o mal e violenta serão gritos silenciados pela serenidade do Cristo. Do mundo, porque abrange o ser humano e seu Habitat, seu universo, sua casa, sua história, todos os povos e todos os tempos.
·                    O texto dispensa comentários pois é um poema cujas imagens imediatamente entendidas. A descrição de Isaías deste “servo de Jahwé” é a mesma apresentação do homem de Nazaré e a indicação de seu Programa (a Boa Notícia) anunciado a todo o mundo.
Tem sido este o nosso programa de vida?

Eis o meu escolhido em quem tenho toda alegria,
Eu lhe dei o meu sopro (espírito), ele trará justiça às nações.
Ele não grita, não levanta a voz nem a fará ouvir pelas ruas.
Não quebra o caniço rachado e não apaga a mecha que ainda fumega.
Eu sou o [Senhor] que te chamei para a justiça, segurei tua mão, eu te formei
Eu te dei como aliança de povos, como luz das nações,
para abrir os olhos cegos, para tirar do cativeiro o prisioneiro
e para fora da prisão os que viviam na angústia da escuridão.


ooooooooooooo ( * ) Prof. (Edu/Teo/Fil,1975-2012) fesomor2@gmail.com

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